O Ensino Superior não pode continuar a ficar esquecido, nem fora destas estratégias implementadas pelo Governo. É preciso investir num plano de inovação para este setor, que promova o reforço de infraestruturas e implemente novos métodos educativos", defende a presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Ana Gabriela Cabilhas, num comunicado enviado à agência Lusa.
O Governo apresentou esta terça-feira, dia 01 de junho, o Plano de Recuperação de Aprendizagens, que engloba um conjunto de medidas para minimizar os impactos da pandemia no Ensino Básico e Secundário e que conta com um investimento na ordem dos 900 milhões de euros em dois anos.
A FAP apela ao Governo para que o Ensino Superior não "fique esquecido" e lamenta que "mais uma vez" não tenha sido apresentado "qualquer plano" de recuperação e inovação para o setor.
Para Ana Gabriela Cabilhas, o Ensino Superior precisa de um plano que vise dar resposta aos impactos da covid-19 junto dos estudantes.
"Precisamos de melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, pois só desta forma conseguiremos tornar as nossas universidades e institutos politécnicos mais resilientes e competitivos", defendeu.
À semelhança das propostas apresentadas no âmbito do Plano 21 | 23 Escola + para a recuperação de aprendizagens, a FAP defende que se aposte na formação e capacitação do pessoal docente, bem como no incremento dos recursos digitais e apetrechamento das instituições de Ensino Superior em equipamentos e infraestruturas.
"Estes são os ingredientes-chave para um Plano de Inovação Pedagógica no Ensino Superior e a pandemia veio colocar esta necessidade ainda mais evidente", lê-se no comunicado.
A somar ao plano de recuperação e inovação para o Ensino Superior, a FAP considera também que é fundamental um plano de "recuperação e valorização do emprego jovem qualificado", lembrando que os jovens licenciados tiveram a "maior quebra salarial na década passada".
"É fundamental garantir que o esforço para estudar vale mesmo a pena e que este fator seja evidenciado no rendimento dos trabalhadores jovens licenciados".
O "Plano 21 | 23 Escola +", para a recuperação das aprendizagens afetadas pela pandemia, que obrigou a dois períodos de confinamento em que os alunos tiveram aulas 'online', foi apresentado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, na terça-feira passada, e estabelece um conjunto de recomendações para os próximos dois anos letivos, como o enfoque nos anos de escolaridade mais afetados pela pandemia, designadamente os anos de início de ciclo e o 3.º ano, e as competências mais prejudicadas: a leitura e a escrita.
Para implementar o "Plano 21 | 23 Escola +", o Governo vai investir um total de cerca de 900 milhões de euros, uma fatia dos quais destinada ao reforço dos recursos humanos.
A FAP representa mais de 70 mil estudantes da academia do Porto.
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