Portugal fora da lista verde do Reino Unido? "Argumentos são inválidos"

O ministro dos Negócios Estrangeiros garante que as autoridades britânicas nunca apontaram qualquer preocupação relativamente à situação epidemiológica em Portugal. Quanto aos testes na fronteira com Espanha, Augusto Santos Silva reitera que terá havido um "equívoco técnico".

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Tomásia Sousa
07/06/2021 22:21 ‧ 07/06/2021 por Tomásia Sousa

País

Covid-19

O ministro dos Negócios Estrangeiros assegura que os argumentos das autoridades britânicas para justificar a retirada de Portugal da lista verde de viagens internacionais são "inválidos" e confessa que foi "apanhado de surpresa" com a decisão.

"Os dois argumentos usados pelas autoridades britânicas para justificar a retirada de Portugal da lista verde são inválidos", sublinhou, em entrevista no Jornal das 8 da TVI, apontando que "não é verdade" que o país tenha duplicado a taxa de positividade à Covid-19 nem é relevante a presença de variantes de preocupação em Portugal.

Augusto Santos Silva reiterou que, no caso de Espanha, já pediu esclarecimentos sobre a decisão de exigir um teste negativo à Covid-19 para atravessar a fronteira terrestre, e no caso do Reino Unido a decisão foi "surpresa".

"No caso britânico, sim, foi surpresa", afirmou. "Ao longo das três semanas em que Portugal esteve na lista verde, nunca as autoridades britânicas diretamente nos fizeram ver qualquer preocupação que tivessem."

Questionado sobre se é humilhante para Portugal ser retirado do corredor verde apenas dias depois de ter recebido a final da Liga dos Campeões entre duas equipas inglesas, Santos Silva considerou que a medida é "mais humilhante para a tradição britânica de decisões racionais".

Sobre a notícia de que Espanha passou a exigir, desde hoje, um teste negativo à Covid-19, um certificado de vacinação ou de recuperação da doença, a quem viajar de Portugal por via terrestre, o ministro reiterou que aguarda esclarecimentos da parte do país vizinho.

"Pedimos esclarecimentos urgentes às autoridades espanholas porque parece-me haver aqui um erro", considerou. "Nós sempre gerimos a fronteira comum coordenadamente. Aqui não se passou nada disso."

Santos Silva acredita que se terá tratado de um "equívoco técnico" que espera "que as autoridades espanholas corrijam o mais brevemente possível, sob pena de termos de tomar medidas de reciprocidade", acrescentou.

Leia Também: Teste na fronteira com Espanha? Caso persista, teremos "de tomar medidas"

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