Foram identificados 101 casos da variante indiana da Covid-19 em Portugal até a última quarta-feira, sendo nove casos da linhagem B.1.617.1 e 92 casos da linhagem Delta (B.1.617.2). A maioria são homens, em média, com 25 anos, segundo revela o relatório de monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19 divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
"Até 9 de junho, foram identificados 92 casos da linhagem Delta (B.1.617.2 ou associada à Índia). Existe transmissão comunitária desta variante, mais evidente na região de LVT", pode ler-se no documento.
No anterior relatório, divulgado a 4 de junho, o INSA avançava que tinham sido registados 74 casos desta variante e admitia que, perante as várias introduções verificadas no país, se poderia estar perante transmissão comunitária, o que hoje foi confirmado.
Até à mesma data foram identificados, pelas autoridades de saúde, 111 casos da variante Beta (identificada pela primeira vez na África do Sul) e 142 casos da variante Gamma (associada a Manaus, Brasil), havendo também transmissão comunitária destas variantes. A prevalência estimada da variante Alpha (associada ao Reino Unido) foi de 88,4 %.
A DGS e o INSA alertam também para uma tendência crescente no número diário de internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) em Portugal Continental, tendo-se registado, a 9 de junho, 72 pessoas hospitalizadas em UCI, um valor correspondente a 29% do valor crítico definido de 245 camas ocupadas.
De acordo com as autoridades, tanto a incidência como o valor do Rt revelam uma tendência crescente. "A 9 de junho de 2021, a incidência cumulativa a 14 dias foi de 83 casos por 100.000 habitantes em Portugal", sendo que o grupo etário dos 20 aos 29 anos registou a maior incidência cumulativa a 14 dias (145 casos por 100.000 habitantes).
Entre 2 e 6 de junho de 2021, o Rt foi de 1,07 a nível nacional e de 1,08 no continente, sendo que o valor mais elevado se registou na região de Lisboa e Vale do Tejo (1,12).
Quanto à proporção de testes positivos, o documento refere que a taxa observada "nos últimos sete dias (3 a 9 de junho de 2021), foi de 1,6%, valor inferior ao limiar definido de 4,0%", embora note que há "um decréscimo no número de testes realizados, para o qual contribuiu o feriado do dia 3 de julho".
Ainda de acordo com o boletim que monitoriza as linhas vermelhas, "observa-se transmissão comunitária de moderada intensidade e reduzida pressão nos serviços de saúde".
"Dado o intervalo de tempo esperado entre o aumento do número de infeções e o número de internamentos em UCI, a tendência crescente deste indicador impõe cautela na vigilância do aumento da incidência, em especial na população sem esquema vacinal completo", revela o documento.
[Notícia atualizada às 21h37]
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