Variante Delta "deverá sobrepor-se" à britânica nas próximas semanas

O relatório das 'Linhas Vermelhas' da Covid-19, divulgado esta sexta-feira, refere que a ocupação das Unidades de Cuidados Intensivos nos hospitais portugueses segue a subir 36%.

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Tomásia Sousa
18/06/2021 18:03 ‧ 18/06/2021 por Tomásia Sousa

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Covid-19

A variante Delta, associada à Índia, deverá sobrepor-se à variante britânica, em Portugal, nas próximas semanas, conforme indica o relatório das 'Linhas Vermelhas' publicado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

"A variante Alpha (B.1.1.7 ou associada ao Reino Unido) foi a variante dominante durante mês de maio, estimando-se que a variante Delta (B.1.617.2 ou associada à Índia) se possa sobrepor a esta nas próximas semanas", lê-se no documento. "O aumento de casos com identificação da variante Delta é sobretudo notório na região de LVT [Lisboa e Vale do Tejo]."

De acordo com o relatório, foram identificados, até quarta-feira, 157 casos desta variante, ou seja, mais 65 do que no último boletim de monitorização das linhas vermelhas da Covid-19.

A maioria regista-se em homens, residentes na região de Lisboa e Centro, com uma média de idades de 36 anos. A proporção de casos da variante Delta importados foi de 8,3% e 24,8% apresentaram contacto com outros casos da mesma variante.  

Quanto às restantes estirpes da Covid-19, não se verificam grandes alterações desde o último relatório. Registaram-se apenas mais dois casos da variante Beta, identificada pela primeira vez na África do Sul, para um total de 113 casos.

Já no que diz respeito à variante Gamma (associada a Manaus, Brasil), foram identificados, até à última terça-feira, 146 casos, ou seja, mais quatro desde a semana passada. Em qualquer uma das variantes, já há transmissão comunitária no país.

O relatório das 'Linhas Vermelhas' chama a atenção para a tendência crescente dos vários indicadores a nível nacional, nomeadamente a incidência.

Na última quarta-feira, a taxa de incidência cumulativa a 14 dias foi de 105 casos por 100 mil habitantes. De acordo com os dados, "mantendo-se esta taxa de crescimento, o tempo para atingir a taxa de incidência acumulada a 14 dias de 120 casos/100 000 habitantes será inferior a 15 dias para o nível nacional e na região do Algarve", refere o documento. Já em Lisboa e Vale do Tejo, o limiar de 240 casos por 100 mil habitantes será atingido "em menos de 15 dias".

Mais uma vez, foi na faixa etária dos 20 aos 29 anos que se verificou a maior incidência cumulativa a 14 dias: 203 casos por 100 mil habitantes.

Também o Rt - que está acima de 1 em todo o continente desde 13 de maio - mantém uma tendência crescente, sendo que o valor mais elevado foi observado na região de LVT (1,20).

De acordo com a DGS e com o INSA, a manterem-se estas taxas de crescimento, "o limiar de 120 novos casos por 100 000 habitantes, acumulado em 14 dias, será atingido em menos de 15dias ao nível nacionale na região do Algarve, e o limiar de 240 casos por 100.000 hab será atingido em Lisboa e Vale do Tejo em menos de 15 dias.

Quando à ocupação em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), continua a subir, correspondendo a 36 % do valor crítico definido de 245 camas ocupadas (na semana passada era de 29%). 

O grupo etário com maior número de casos de Covid-19 internados em UCI é o dos 50 aos 59 anos.

[Notícia atualizada às 18h37]

Leia Também: AO MINUTO: OMS preocupada com variante Delta. Recuo? "Não vejo razões"

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