Os partos domiciliários aumentaram em 2020, ano marcado pelo surgimento da pandemia de Covid-19, informa esta terça-feira a RTP.
De acordo com dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) ao canal da estação pública, 1,3% do total de nascimentos no ano passado decorreu nesta modalidade.
Ou seja, mais de 1.100 casais optaram por realizar partos em casa, sendo que destes 60% foram assistidos por médicos e apenas 3% ocorreram sem a assistência de profissionais de saúde.
Ao que tudo indica, as restrições aos partos hospitalares, provocadas pela pandemia, podem estar na origem do aumento de nascimentos domiciliários em 2020.
Perante este aumento, a Ordem dos Médicos sublinha que esta prática é desaconselhada e que representa riscos no parto. "Desaconselhamos claramente [a realização de partos domiciliários]. Consideramos que é uma má prática porque não respeita uma série de requisitos", vincou João Bernardes, presidente do Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos, em declarações à RTP.
O especialista confirmou também que a ordem profissional recebeu informações de que um médico estaria envolvido nestes partos, levando a cabo más práticas de saúde, uma informação avançada hoje pelo jornal Público.
"Foi pedido um processo de averiguação relativamente à prática de um colega que se associa, mesmo publicamente, a práticas deste tipo relacionadas com o parto no domicílio, que nós consideramos que poderá configurar má prática", explicou.
Além da Ordem, a DGS também desaconselha os partos em casa sob o mesmo argumento de que pode trazer riscos acrescidos tanto para a mãe como para o bebé, e garante que está monitorizar o fenómeno.
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