A Direção-Geral da Saúde (DGS) e a task force vão avançar com a vacinação contra a Covid-19 de utentes e funcionários em lares que já tiveram Covid-19 há mais de três meses, adianta esta terça-feira a RTP.
Até ao momento, recorde-se, a regra da vacinação de cidadãos que estiveram infetados decorria após seis meses após a infeção com o novo coronavírus.
A decisão, revela o canal público, decorre do surgimento de novos surtos em lares, onde faltam vacinar cerca de 8.600 pessoas.
Deste universo, cerca de 4.500 estiveram infetadas, tendo recuperado da doença, "não tendo por essa razão sido vacinadas", enquanto 2.500 já se encontram vacinadas com pelo menos uma dose, acrescentou fonte da task force em declarações à agência Lusa.
"Em virtude do risco acrescido da maioria deste universo, face à sua idade avançada, a task force e a Direção-Geral de Saúde (DGS) avaliaram ser prudente abrir-se uma exceção ao previsto na norma 002/2021 e proceder à vacinação de todos os funcionários e utentes que foram infetados há mais de 3 meses (e não 6 meses)", adiantou a mesma fonte.
A norma da DGS indica, recorde-se, que as pessoas que recuperaram de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 há pelo menos seis meses podem ser vacinadas, mas receberão apenas uma dose de vacina, tendo em conta que, por já terem tido a doença, têm uma imunidade natural considerada boa.
Importa também lembrar que, esta semana, um surto de Covid-19 num lar de idosos de Mafra infetou 15 dos 21 utentes e provocou três mortes. Entretanto, a DGS confirmou a existência de seis surtos ativos em lares em Portugal, com 54 casos de Covid-19 confirmados.
Situação que levou o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Lino Maia, a sugerir, esta terça-feira, que não se devia esperar seis meses para vacinar pessoas recuperadas.
"Não sou perito na área, mas gostaria que não estivéssemos à espera dos seis meses [para vacinar recuperados]. Gostaria que fosse à volta dos três meses porque seria uma medida preventiva que daria algum conforto", considerou Lino Maia à Lusa.
O presidente da CNIS disse recear uma nova vaga de surtos nos lares portugueses "porque o estar vacinado não quer dizer que se esteja absolutamente imunizado, e também porque ainda há pessoas por vacinar, entre utentes e trabalhadores, pelo que há alguma fragilidade".
[Notícia atualizada às 18h25]
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