O coordenador da task force da vacinação contra a Covid-19 disse, esta quarta-feira, no Parlamento, que não tem tido falta de recursos humanos no processo de inoculação dos portugueses, mas admitiu que "existem preocupações no momento em que se aproximam as férias".
"Estando os enfermeiros e os médicos também muito esgotados ao longo deste processo da pandemia, [é uma questão] como é que esses recursos vão reagir agora neste período em que se aproximam as férias. No entanto, tenho promessas de que se fará tudo para manter e elevar o ritmo", afirmou o responsável, deixando elogios aos profissionais que têm estado "à frente da batalha".
"Os enfermeiros têm sido uma classe sem mácula neste processo. Extraordinários. Dedicação absoluta. Empenho absoluto. (...) São eles que estão a vacinar, são eles que são a nossa frente de batalha", vincou.
Respondendo à deputada do PSD, Gouveia e Melo disse que o país tem capacidade para dar 130 mil vacinas por dia, lembrando que foram alargados os horários dos centros, abertos outros e que estão a ser agilizadas modalidades de agendamento precisamente para reforçar o ritmo.
"Se tivermos vacinas, e se chegarem a território nacional vacinas para mantermos esse ritmo, ele será mantido ou ultrapassado. Não está nas mãos do nosso Governo e da nossa população as vacinas que recebemos", reiterou.
O responsável estima que nas três primeiras semanas de agosto o país atingirá a meta das 70% de pessoas vacinadas.
"A estimativa que eu tinha até há pouco tempo era 8 de agosto. Entretanto houve alguma redução de vacinas. Tinha alguma folga nessa estimativa. Direi que será nas primeiras três semanas de agosto. Usaremos todas as capacidades e stocks que temos para conseguir atingir [essa meta] na primeira semana de agosto, até dia 8, mas eventualmente pode ser dia 15 ou 20 de agosto", disse, sublinhando que a incerteza se deve à variação nas entregas das vacinas.
"Mês a mês vão variando e as expetativas vão sendo algo defraudadas (...)", disse.
O responsável fez ainda um balanço da vacinação nas prisões. Excetuando alguns reclusos que já foram infetados e recuperados, "já temos 82%" vacinados. "Se descontarmos os recuperados e alguns casos em que não estão elegíveis para vacinação, estamos quase nos 100%". Neste momento, "havia dois estabelecimentos prisionais mais atrasados, estamos a fazer esforços no sentido de rapidamente serem inoculados também".
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