Emergência? "Não há impossibilidades totais", mas condições são distintas

A ministra da Saúde, Marta Temido, é hoje ouvida no Parlamento, numa altura em que a Covid-19 atingiu novos picos de incidência em Portugal.

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Melissa Lopes
07/07/2021 10:00 ‧ 07/07/2021 por Melissa Lopes

País

Pandemia

A ministra da Saúde defendeu esta quarta-feira no Parlamento que, embora se esteja a verificar um aumento da incidência dos casos de infeção pelo novo coronavírus, "as condições que hoje enfrentamos são distintas das que se verificaram no início do ano", argumentando que o "processo de vacinação tem sido bem sucedido" e  "tem protegido os portugueses", o que tem tido impacto na redução dos internamentos e óbitos por Covid-19. 

Assim sendo, e questionada pelo deputado Ricardo Batista Leite sobre um eventual regresso ao Estado de Emergência e a restrições mais acentuadas, Marta Temido atirou: "Não há impossibilidades totais, há necessidades de avaliação constante", demonstrando confiança nas medidas atuais de combate à pandemia enquadradas na situação de calamidade. 

Marta Temido frisou que, apesar do aumento do número de infetados no país, "é possível ainda a identificação do link epidemiológico num número significativo de casos", reconhecendo que o sistema está "em stress", mas "a responder adequadamente".  Lisboa e Vale do Tejo é a região sobre "maior pressão neste momento", indicou, realçando, contudo, que o isolamento dos casos é feito, na grande maioria, em menos de 24h e garantindo que os números estão a ser acompanhados "com cautela e prudência". 

Já sobre a matriz de risco, que vários especialistas têm defendido estar desatualizada, a ministra lembrou que há muitos outros indicadores analisados na situação epidemiológica do país, além da incidência e da transmissibilidade. O relatório de linhas vermelhas, publicado a cada sexta-feira, e o próprio boletim diário, são exemplo disso, ao referirem o número de internados, o número de óbitos, entre outros indicadores. "Não é correto dizer que utilizamos só dois critérios. Temos esses dois como primeira abordagem", argumentou. 

No tópico da vacinação, Marta Temido reafirmou que nas próximas semanas a task force irá privilegiar o ritmo da inoculação no país para fazer face à variante Delta que já é predominante. "Queremos fazer a corrida contra a variante delta através da vacinação", disse, destacando "esforço da parte de todos" neste processo: os profissionais de saúde têm sido "incansáveis" e os utentes têm demonstrado "compreensão", salientou. De sublinhar que esta terça-feira foi atingido um novo recorde de inoculações (mais de 150 mil). 

Questionada sobre o facto de mais de um milhão de portugueses estar sem médico de família, Marta Temido reconheceu que a situação é agora semelhante à de dezembro de 2015, justificando o agravar desse panorama com as aposentações, por um lado, e por outro, o aumento de inscritos nos centros de saúde, nomeadamente devido ao processo de vacinação contra a Covid-19. O aumento do número de utentes sem médico de família "decorre da procura  e da confiança no SNS", resumiu.

A este respeito, a governante realçou que o Governo autorizou na última sexta-feira a abertura de um concurso 469 postos de trabalho. "Estes potenciais que venham a aceitar trabalhar no SNS irão corrigir esta situação e colocá-la mais próxima de valores que queremos atingir", disse. 

Leia Também: AO MINUTO: Novo recorde de vacinas administradas; Urgências reduziram 40%

 

 

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