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Açores mantêm meta da imunidade de grupo em julho mesmo com menos doses

O coordenador da comissão de acompanhamento à pandemia de covid-19 nos Açores garantiu hoje à Lusa que pretende atingir imunidade de grupo no final do mês, levantando algumas restrições em agosto, mesmo recebendo menos doses da vacina.

Açores mantêm meta da imunidade de grupo em julho mesmo com menos doses
Notícias ao Minuto

18:44 - 07/07/21 por Lusa

País Covid-19

"Esta redução do número de doses, previsivelmente, não influencia a data de finais de julho para o atingimento da cobertura vacinal que desejamos. Esse valor foi calculado com uma velocidade de vacinação inferior àquela que recentemente estávamos a conseguir alcançar", explicou hoje à Lusa Gustavo Tato Borges.

O coordenador da Comissão Especial de Acompanhamento e Combate à Pandemia de covid-19 esclareceu que, este mês, "estão previstas chegar menos doses à Região Autónoma do que em junho, excluindo a Operação Periferia", que vacinou a população das ilhas sem hospital, adiantando que o Governo Regional está "a trabalhar em parceria com a 'task force' nacional para que sejam alocadas mais doses vacinais" aos Açores.

Neste momento, o executivo quer que o processo de vacinação "se mantenha neste ritmo acelerado e de elevada eficiência", imunizando 70% da população até ao final de julho, "para que, a 15 de agosto, previsivelmente", se possa "começar a levantar algumas medidas".

"O objetivo do Governo até é incrementar esta velocidade, para que possamos antecipar, o mais possível, o atingimento desse objetivo de imunização, para que possamos ter um regresso à normalidade e evitar, cada vez mais os casos, as mortes e os internamentos", prosseguiu o responsável.

Gustavo Tato Borges lembra que, mesmo que não seja feito um reforço, "chegarão cerca de 40 mil doses" à região no início de agosto, que permitirão "continuar a vacinação", para além da meta dos 70% de população vacinada.

"Temos cerca de 202 mil pessoas para vacinar pessoas, portanto, 70% ainda deixa uma margem para várias pessoas de outras doses que vão chegando", concretizou o epidemiologista, acrescentando que "há dúvidas, cada vez mais, com o surgimento destas novas variantes, que a cobertura vacinal de 70% seja suficiente para garantir toda a proteção".

A Direção Regional de Saúde divulgou na sua página da rede social Facebook que, na terça-feira, foi registado "o recorde diário de doses de vacina nos Açores".

"Com 4.037 doses aplicadas por toda as ilhas, o arquipélago registou ontem o recorde diário desde o início do processo de vacinação, em 31 de dezembro de 2021", descreveu a Direção Regional.

Gustavo Tato Borges apelou à população que aceite ser imunizada, lembrando que a "vacinação é algo extremamente seguro", que "os riscos são extremamente reduzidos" e que "a covid-19 provoca alterações vasculares ou tromboembolismos com maior probabilidade do que a vacina e mesmo até quem fuma tabaco, ou mulheres que fumam e tomam a pílula".

Atualmente, os Açores têm 312 casos positivos ativos de covid-19, sendo 295 em São Miguel, seis na Terceira, cinco no Pico, dois no Faial, dois em São Jorge, um nas Flores e um em Santa Maria.

A variante Delta do vírus SARS-CoV-2, associada à Índia e considerada mais transmissível, é responsável por perto de 90% dos casos de infeção em Portugal e registou um forte incremento no Norte, na Madeira e nos Açores. 

Segundo o relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a diversidade genética do vírus que provoca a covid-19, divulgado na terça-feira, regista-se um "forte incremento" no Norte, onde já representa 71.1% das infeções, na Madeira (85.7%) e nos Açores (64.7%).

Desde o início da pandemia foram diagnosticados nos Açores 6.544 casos de covid-19, tendo recuperado da doença 6.058 pessoas.

Faleceram 34 pessoas, saíram do arquipélago 83 e 57 apresentaram prova de cura anterior.

Desde 31 de dezembro de 2020 e até 30 de junho passado, foram administradas nos Açores 224.012 doses de vacinas contra a covid-19, havendo 124.738 pessoas com, pelo menos, uma dose (51,4% da população) e 99.274 pessoas com vacinação completa (40,9%), no âmbito do Plano Regional de Vacinação.

Leia Também: Covid-19: OMS defende equidade no reconhecimento das vacinas

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