O Presidente da República comentou, esta terça-feira, a suspensão, por parte do Executivo, da nomeação de Vítor Fernandes para o Banco de Fomento.
À margem da apresentação do livro de Gonçalo Reis, no Museu de Arte Antiga, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa começou por afirmar que não iria tecer comentários sobre "uma decisão do Governo". Contudo, acabou admitir que percebe que o Executivo tenha voltado atrás com a decisão, ao ver o nome de Vítor Fernandes envolvido na Operação Cartão Vermelho.
"Percebo a preocupação de ter a certeza, antes do início de funções, de que não há problemas que venham afetar aquilo que é essencial para os portugueses", salientou, defendendo que o Plano de Resolução e Resiliência (PRR) deve ter "uma certa continuidade".
"Este plano exige, tenho-o dito várias vezes, uma certa continuidade. Não pode de repente começar-se com determinadas pessoas e determinadas linhas de atuação e depois haver descontinuidades. É bom que não haja isso e seja garantido um rumo, independentemente de quem for o Governo em cada momento", explicou o Chefe de Estado.
Marcelo recebe partidos e pede "viabilização do Orçamento"
Já questionado sobre a viabilização dos próximos Orçamentos de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a deixar claro que não é momento para "crises" e anunciou que antes de agosto irá reunir-se com os partidos.
"Eu espero que haja Orçamento aprovado para 2022 e para 2023. Isso é uma condição fundamental para aplicação do plano [PRR]. Imaginem o que era arrancar com a aplicação do plano e, no meio, haver crises que pudessem provocar problemas da mais variada ordem podendo culminar em atos eleitorais e eleições antecipada. Isso é totalmente indesejável! Portanto, eu espero e estou convencido da viabilização do Orçamento para o ano", realçou.
Recorde-se que o PRR português recebeu, esta terça-feira, 'luz verde' dos ministros das finanças dos 27, reunidos em Ecofin. Nas próximas semanas, Portugal receberá o primeiro desembolso do 'bolo' global de 16,6 mil milhões de euros.
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