"Portugal irá participar na missão Takuba, inicialmente com um conjunto relativamente pequeno, com 20 militares de forças especiais, mais dois no quartel-general, veremos se em 2022 é necessário ou não aumentar essa força para estarmos ao nível de outros países", disse João Gomes Cravinho em declarações à Agência Lusa.
O governante português chegou na terça-feira a Paris, ficando até quinta-feira. A visita começou por ser marcada hoje por um encontro entre os nove países que constituem a força Takuba, liderada pela França, e integrada por Estónia, República Checa, Suécia, Itália, Grécia, Portugal, Hungria e Roménia, com a presença do Presidente da República, Emmanuel Macron.
Após o anúncio do desmantelamento progressivo da operação Barkhane na região, a França está a contar fortemente com a 'task force' Takuba, que irá intervir no combate direto aos jihadistas no Mali e na região do Sahel.
"A operação Takuba é uma operação que será sucessora da operação Barkhane, que envolve vários países europeus, com forças especiais para o combate direto a movimentos terroristas naquela região, que têm vindo a destabilizar o Mali, o Níger, mas também são uma crescente ameaça a outros países", detalhou o ministro.
Os dois portugueses que integram o Estado-Maior desta força de 600 efetivos chegaram em maio e os restantes 20 militares portugueses de operações especiais vão chegar ao terreno até novembro.
Na quinta-feira, João Gomes Cravinho vai reunir-se bilateralmente com Florence Parly, ministra francesa da Defesa, e entre os temas na agenda está o combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
"Há um processo de discussão interna e na quinta-feira haverá eventualmente alguma coisa que ela possa dizer sobre esse processo. De todas as formas, a França foi um dos muitos países que nos apoiaram na tramitação política dentro da União Europeia [da força de formação militar em Moçambique", indicou o ministro.
Na segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia aprovaram o lançamento de uma missão de formação militar em Moçambique que visa "treinar e apoiar as Forças Armadas moçambicanas" no "restabelecimento da segurança" em Cabo Delgado.
Outro dos temas em cima da mesa entre França e Portugal é a atual situação na República Centro Africana.
O ministro João Gomes Cravinho vai ainda assistir na tribuna de honra ao tradicional desfile do 14 de julho que assinala o dia da Bastilha. Este ano o desfile regressa aos Campos Elísios, após uma cerimónia alternativa em 2020 que não teve público.
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