O investigador Miguel Castanho defendeu, esta terça-feira, que a nova vaga de infeções da Covid-19 em Portugal ainda não chegou ao pico.
"No quadro geral, o país está ainda numa fase ascendente", alertou o especialista em declarações à RTP.
Ainda assim, Miguel Castanho sublinhou que é preciso ter em conta que o contexto pandémico tem diferentes velocidades no país, considerando que, por exemplo, o Norte passou agora Lisboa e Vale do Tejo sendo, neste momento, a região mais afetada pela Covid-19 em Portugal.
Sobre o futuro, o investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa salientou que o Rt, "que nos dá a medida de tendência" nos próximos tempos, "parece estar a decrescer".
"Ainda está acima de 1, ou seja, ainda aponta para uma subida, mas já não é tão elevado como já foi, o que quer dizer que o ritmo da subida vai desacelerando. Isso permite-nos ver um abrandamento da situação, bem como o pico desta vaga", esclareceu, sem adiantar, contudo, previsões concretas.
Miguel Castanho deixou ainda um alerta, salientando que este desacelerar da pandemia "pressupõe também que não vamos abandonar as medidas de mitigação que temos adotado até agora. "Vamos manter este caminho de ter restrições, uma proteção e uma atitude cautelosa", defendeu.
De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal registou, ontem, mais 1.855 novos contágios de Covid-19 e oito óbitos associados à doença. O Rt passou, esta segunda-feira, de 1,12 para 1,10, a nível nacional, e de 1,13 também para 1,10, em Portugal continental.
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