O juiz negacionista Rui Fonseca e Castro volta a estar no centro da polémica, depois de partilhar num vídeo onde chama "pedófilo" ao presidente da Assembleia da República e sugere mesmo que Ferro Rodrigues "deveria tirar a sua própria vida".
O juiz, que foi suspenso há quatro meses pelo Conselho Superior da Magistratura (CSM), precisamente na sequência de vídeos onde incitava ao não cumprimento das regras do Estado de Emergência, voltou recentemente a publicar conteúdos no YouTube.
Na decisão do CSM, a que a agência Lusa teve acesso, o inspetor responsável pelo inquérito disciplinar refere que a conduta imputada ao juiz/arguido "se mostra prejudicial e incompatível com o prestígio e a dignidade da função judicial", opinião partilhada pelo vice-presidente do Conselho que determinou a suspensão do magistrado. Além da suspensão preventiva, o órgão de gestão e disciplina dos juízes decidiu ainda abrir um processo disciplinar ao magistrado.
Agora, perante este novo vídeo, o CSM admite ao Expresso abrir um novo processo disciplinar. "Os novos factos evidenciam matéria disciplinar a ter em conta no processo disciplinar em curso ou num novo processo", refere o CSM. O semanário revela, porém, que nem Ferro Rodrigues, nem o assessor, quiseram fazer quaisquer comentários sobre as declarações do polémico juiz.
Rui Fonseca e Castro está em funções desde 1 de março no Tribunal de Odemira, depois de nove anos de licença sem vencimento.
Durante um julgamento ao qual presidia, terá pedido ao procurador do Ministério Público (MP) e ao funcionário judicial presentes na sala de audiências que retirassem a máscara. Os dois elementos recusaram-se a fazê-lo e o julgamento acabou por ser suspenso.
Rui Pedro da Fonseca e Castro, que exerceu advocacia antes de entrar para a magistratura, já pertenceu ao grupo 'Juristas pela Verdade' e agora manifesta a suas opiniões numa página de Facebook, denominada 'Habeas Corpus'.
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