Em comunicado, a Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP) anuncia que vai "retomar práticas reivindicativas" junto das chefias e prevê "a aproximação de um mais que anunciado colapso".
A última reunião com a tutela, a cargo do secretário de Estado da Administração da Justiça, Mário Morgado, foi já em março do ano passado, e a ministra Francisca Van Dunem não aceita reunir-se com os sindicatos do setor, sinal de "total desprezo pelo corpo da guarda prisional e de aparente insensibilidade e irresponsabilidade perante os graves problemas" de vigilância e segurança.
Reclamam o pagamento de trabalho suplementar feito durante a pandemia, "autorizado excecionalmente" pelo Governo e ainda por pagar, bem como o pagamento de subsídios excecionais criados pelo Governo para quem prestou serviço em alas de reclusos com covid-19 e que também ainda não foram pagos.
Os guardas invocam a descida do número de candidatos à carreira de guarda prisional - de uma média entre cinco a seis mil candidatos nas últimas duas décadas para 490 este ano - como exemplo da "descredibilização e degradação" da função.
Edifícios "degradados e ultrapassados", veículos de transporte de reclusos que avariam "no meio do nada", chefias envelhecidas e falta de concursos para chefe desde 2005 compõem um quadro que afirmam ser de "resultados imprevisíveis".
Sem concurso e sem avaliação adequada, desfasada do tempo por ter sido criada em 1983, faltam 200 chefes numa carreira que devia ter 546, considera a associação, e dos que estão ao serviço, mais de metade está em idade de reforma ou pré-aposentação.
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