A exposição 'Histórias para Salvar - 10 Anos do Banco Português de Cérebros' é constituída por textos, vídeos e obras de arte, e estará patente em três salas temáticas da Casa Comum até 03 de maio.
"É uma experiência educativa, reflexiva e artística sobre doenças neurológicas que testemunha a importância da atividade desenvolvida pelo Banco Português de Cérebros", descreve a vice-reitora para Cultura e Museus, Fátima Vieira, citada num comunicado da reitoria enviado à agência Lusa.
O público é convidado a envolver-se na complexidade do cérebro humano, nas suas doenças e no trabalho científico e artístico que emerge do seu estudo, a partir das 140 doações de tecido cerebral de pessoas com diferentes doenças neurológicas que constituem o Banco Português de Cérebros.
"Nesta exposição, o discurso científico e o discurso artístico são colocados lado a lado para a exploração e discussão da complexidade do cérebro e das doenças que o afetam e impactam a vida dos indivíduos e das suas famílias. [Serão apresentados] dados científicos e avanços médicos, mas também uma interpretação artística, pessoal e sensível de temas que envolvem o cérebro, a memória e a doença, proporcionando ao público uma compreensão mais profunda e humanizada deste tema", afirma Fátima Vieira.
De acordo com a U.Porto, a primeira sala da exposição aborda as doenças que afetam o cérebro, com um foco especial para as evoluções neurodegenerativas e, entre elas, estão a Doença de Alzheimer, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Demência Frontotemporal, Enxaqueca, Epilepsia, Doença de Huntington, Doença de Machado-Joseph, Paralisia Supranuclear Progressiva, Doença de Parkinson e Polineuropatia Amiloidótica Familiar.
Para cada uma destas patologias a exposição oferece uma narrativa, desde os primeiros casos documentados até aos avanços mais recentes na área. O contexto histórico, a contribuição de pioneiros e as inovações médicas são também apresentados de forma acessível e educativa.
A segunda sala é dedicada ao Banco Português de Cérebros, instituição fundada em 2014 que armazena, atualmente, cerca de 140 cérebros de pessoas com diferentes doenças neurológicas.
A sala oferece informações sobre a história do banco, o seu funcionamento e a importância das doações de tecido cerebral para o avanço da investigação científica.
Os visitantes também poderão conhecer os instrumentos de dissecção utilizados no processo de recolha e preparação dos tecidos para estudos científicos, material cedido pelo Museu do Hospital de Santo António.
O público poderá também visionar um vídeo do artista Rui Manuel Vieira sobre o processo de dissecção e análise de um cérebro que documenta o método científico do processo, mas também reflete sobre o lado humano e real de quem lida com o estudo e a preservação do cérebro.
A terceira sala e a Galeria II são locais dedicados à arte contemporânea, com obras da artista plástica Maria Beatitude que exploram o cérebro e a memória através de instalações imersivas.
Para o médico Ricardo Taipa, coordenador de investigação da exposição e diretor do Banco Português de Cérebros, também citado no comunicado, estes trabalhos recorrem "a uma linguagem diferente da que estamos habituados na área científica, a dimensão artística da exposição" para refletir "a dimensão humana do trabalho do Banco Português de Cérebros, aproximando a sociedade civil da ciência e da cultura, tendo o cérebro como tema unificador".
Este banco encontra-se sediado no Serviço de Neuropatologia do Hospital de Santo António, no Porto, e conta com a colaboração do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da U.Porto, e do Instituto de Ciências da Vida e da Saúde, da Universidade do Minho.
O banco "já recebeu 140 doações, em cooperação com diversos hospitais, e colabora com vários grupos de investigação em neurociências de todo mundo", aponta Ricardo Taipa, que é também diretor do Serviço de Neuropatologia do Santo António.
A mostra poderá ser vista de segunda a sexta-feira, entre as 10h00 e as 13h00 e das 14h00 às 17h30, bem como os sábados, das 15h00 às 18h00.
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