Depois do fim da gratuitidade nos parques do aeroporto ditada pela gestão dos Aeroportos da VINCI, os polícias estacionam agora num outro parque em que persistem "falhas de segurança" e onde os polícias estão "em risco" e "sujeitos a atos de vandalismo", disse à Lusa Carlos Oliveira, que também é dirigente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).
Estas declarações foram prestadas após uma audiência no Palácio de Belém, em Lisboa, com uma assessora da Presidência da República relativamente às negociações que estão a decorrer com o Ministério da Administração Interna sobre a atribuição de subsídio de risco.
Carlos Oliveira adiantou ainda que se ia realizar hoje "uma reunião com os polícias no aeroporto de Lisboa porque há um descontentamento com a decisão que foi tomada de retirar os polícias do parque em que habitualmente estacionavam [gratuitamente]".
"Os polícias que estão no aeroporto têm o dever de disponibilidade, de estar presentes para qualquer chamada. O parque em que foram colocados é o mais distante do aeroporto de Lisboa", frisou, angustiado.
O presidente da ASPP, Paulo Santos, também presente no local, sublinhou que "era importante que o Governo se pronunciasse sobre este assunto".
Em dezembro de 2020, as forças e serviços de segurança do Estado (Polícia de Segurança Pública, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Autoridade Tributária e Aduaneira e Guarda Nacional Republicana), que deverão estar permanentemente nas instalações do aeroporto, foram notificados que não iriam ter permissão a partir de 30 de março para estacionar carros particulares gratuitamente nos estacionamentos da infraestrutura aeroportuária.
Por causa da situação, os profissionais do setor que trabalham nos aeroportos realizaram em fevereiro uma ação de protesto para pedir lugares gratuitos nos parques de estacionamento.
Na sequência da contestação, a concessionária prorrogou o prazo até 30 de junho para negociar com o Estado, não tendo ainda chegado a acordo.
No dia 23 de junho, a ASPP enviou uma denúncia à comissária dos Transportes da União Europeia, Adina Valean, à secretária-geral da Organização da Aviação Civil Internacional, Fang Liu, e ainda à presidente da Conferência Europeia da Aviação Civil, Ingrid Cherfils.
"A estas três responsáveis internacionais explicámos o que se passa nos aeroportos portugueses onde uma entidade privada descura aspetos de bem-estar básico de quem vela pela segurança e que colocarão inevitavelmente em risco a segurança dos aeroportos de Portugal", referiu o sindicato no comunicado partilhado na ocasião.
A ASPP esclareceu hoje que está a aguardar respostas sobre estas diligências.
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