"Este incêndio já atingiu o concelho de Monchique e tem também perspetivas de poder atingir o território de Silves [no distrito de Faro]. Nestes três concelhos estão a ser desenvolvidas ações preventivas, nomeadamente junto das habitações isoladas em serra", tendo sido deslocadas 17 pessoas nos três concelhos, por precaução, disse à Lusa o comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em declarações pouco antes das 03h00.
No local combatem atualmente as chamas 639 operacionais, apoiados por 225 veículos e 12 máquinas de rasto, estando previsto o reforço de meios nas próximas horas, informou a mesma fonte.
"Ainda temos alguns meios a caminho, que vão chegar nas próximas horas ao teatro de operações", disse o comandante Pedro Araújo.
O combate ao incêndio, que mantém duas frentes ativas, em mato e povoamento misto, de sobreiros, pinheiros e eucaliptos, está a ser dificultado pelo vento e pelos acessos difíceis.
"É um incêndio que é favorecido pelo vento que se faz sentir no local, mas também acompanhando a topografia nesta zona do território", uma "zona montanhosa, de acessos difíceis", explicou o comandante.
"Em alguns segmentos do incêndio, não existem acessos a meios terrestres", acrescentou.
As chamas já fizeram um ferido grave, um civil de 20 anos que sofreu queimaduras e foi transportado para o hospital, tendo ainda um bombeiro sido assistido no local, por ter sofrido uma entorse, disse anteriormente à Lusa fonte da ANEPC.
"Este civil foi inicialmente considerado ferido leve e, depois da intervenção da viatura médica, foi reclassificado para ferido grave", explicou a mesma fonte.
O homem "inspirou ar muito quente e tem que ser avaliado do ponto de vista das vias aéreas", tendo ainda "uma área queimada considerável", assinalou, frisando tratar-se do "único ferido" por agora, dado que o bombeiro foi apenas assistido no local.
Os bombeiros receberam às 13h14 de quarta-feira o alerta para o fogo, que eclodiu perto do lugar de João Martins, na freguesia de Sabóia, no concelho de Odemira.
A operação de combate envolveu, ao longo do dia, meios dos bombeiros e da Força Especial de Proteção Civil, assim como a AFOCELCA, GNR e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
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