Bernardo Gomes, médico especialista em Saúde Pública, é um dos peritos que considera que Portugal já devia ter reduzido o período de isolamento profilático, mesmo para as pessoas não vacinadas contra a Covid-19.
"Portugal é dos países que exige um maior isolamento profilático, já há muitos países onde o isolamento é de apenas dez dias", começou por apontar o médico, ontem à noite, em declarações à TVI24.
Segundo Bernardo Gomes, o país já devia ter abandonado a estratégia de "controlo total" e adotado uma baseada no "pensamento de probabilidades".
“Já deveríamos estar mais focados no binómio doença/infetados, do que apenas na infeção", salientou.
No que diz respeito em particular ao isolamento profilático imposto à população com o esquema vacinal completo, o especialista considera que há várias soluções possíveis. A primeira seria a permissão de livre circulação, desde que as pessoas não apresentassem sintomas e que lhes fosse imposta a a necessidade de fazer testes rápidos em algumas situações.
Outra forma de tratar esta questão seria impor o isolamento, mas apenas até à realização de um teste de PCR que, habitualmente, é feito no quarto ou quinto dia após o contacto com um caso positivo.
E, por fim, Bernardo Gomes sugeriu ainda a possibilidade da aplicação de uma restrição social que evitasse contactos sociais de risco, por exemplo de 10 dias, mas sem a necessidade de isolamento caso, como referiu anteriormente, os cidadãos não apresentarem sintomas.
“Qualquer uma destas soluções estaria muito longe do isolamento que temos hoje. (…) O que não podemos é continuar com esta filosofia de restrição total num momento em que temos os internamentos a descer, em que estamos prestes a entrar no top 3 de vacinação e em que é necessário reduzir os impactos económicos, social e mental da pandemia", acrescentou.
Importa recordar que em Portugal o período de isolamento é de 14 dias.
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