Humans Before Borders exige que Governo atue face à crise humanitária

O coletivo HuBB - Humans Before Borders pede que o Governo português aja face à crise humanitária no Afeganistão, exigindo a retirada imediata das pessoas que Portugal se comprometeu a acolher.

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© AFP via Getty Images

Lusa
26/08/2021 11:59 ‧ 26/08/2021 por Lusa

País

Afeganistão

 

Numa carta dirigida aos ministro do Governo português é ainda exigido um aumento do número de refugiados a acolher por Portugal e a efetivação célere dos pedidos de reagrupamento familiar em território português dos afegãos residentes.

Em comunicado, o coletivo HuBB - Humans Before Borders apela à ação direta dos cidadãos através do envio de um 'email' dirigido ao Primeiro Ministro, ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, à Ministra de Estado e da Presidência, ao Ministro da Administração Interna e ao Ministro da Defesa Nacional.

Ao Governo é pedido o acolhimento efetivo das pessoas que Portugal se comprometeu a receber no âmbito de diversos acordos internacionais e europeus estabelecidos nos últimos anos e a utilização da sua influência política para que os restantes Estados membros europeus procedam ao acolhimento e integração destas pessoas e repudiem a deportação de requerentes de asilo afegãos.

"A altura de agir é agora", refere a organização adiantando que "até que as pessoas afegãs estejam a viver num lugar seguro, no qual os seus direitos humanos sejam respeitados" irá realizar campanhas de sensibilização, protesto e consciencialização e continuará a apelar à ação dos cidadãos junto dos representantes políticos.

Segundo o coletivo, desde a tomada de poder no Afeganistão pelos talibãs, milhares de cidadãs e cidadãos afegãos procuram desesperadamente um lugar para viver em segurança, longe do regime opressivo e ditatorial imposto.

Face à situação atual, adianta a organização, o Governo Português disponibilizou-se inicialmente a retirar e a acolher 50 refugiados, 30 que colaboraram com a NATO, e os restantes que cooperaram com os serviços da União Europeia, tendo recentemente informado que este número foi alargado para 240.

Contudo, acrescenta o coletivo, continua sem fornecer detalhes concretos sobre quando, como e para onde estas pessoas serão levadas considerando também que, face à emergência humanitária e gravidade da situação, o número continua a ser claramente diminuto e insuficiente.

"Temos a obrigação de proteger estas pessoas, para além de que é altamente discriminatório optar, no imediato, por retirar apenas aquelas que colaboraram com a União Europeia e a NATO. É urgente retirar do Afeganistão o máximo número de pessoas, o mais rapidamente possível", defende.

Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.

Leia Também: Afeganistão: Politécnicos disponíveis para receber estudantes afegãos

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