O Centro Hospitalar de São João (CHUSJ), no Porto, começou, esta segunda-feira, a desmontar o hospital de campanha do INEM, que foi instalado no início da pandemia para dar resposta ao aumento de doentes.
Para o presidente do Conselho de Administração, Fernando Manuel Ferreira Araújo, o desmontar das tendas "é um sinónimo de enorme esperança para o futuro".
"Ao longo deste ano e meio sofremos alguns problemas de contingência a nível do país, mas conseguimos superar e agora conseguimos olhar para o futuro de forma diferente e muito positiva", realçou.
Tal como explicou Fernando Manuel Ferreira Araújo, este foi "um plano de contingência", necessário dar uma resposta "em poucos dias a um número muito elevado de doentes". Agora que os números normalizaram, "temos uma forma diferente de estar mesmo dentro do hospital".
"Aprendemos durante estas quatro ou cinco vagas uma forma de responder integrada no hospital. Este plano de contingência deixou de ser necessário, felizmente, para todos", sublinhou.
O Hospital de São João, que "nunca parou" e onde a retoma das cirurgias e consultas é "efetiva", prepara-se agora para o próximo inverno.
"Neste momento estamos a trabalhar no próximo inverno, não apenas na questão da covid-19, na questão dos outros agentes respiratórios que possam provocar doença e [para os quais] tenhamos de ter circuitos e formalidades diferentes", avançou.
O presidente do Conselho de Administração do CHUSJ disse ainda não ser "necessário" voltar a montar aquela infraestrutura face à aproximação do inverno.
"No nosso caso já não será uma necessidade. O hospital ficou preparado, fez investimento em infraestruturas, equipamentos, pessoas e vamos continuar numa nova fase desse investimento de forma que o próximo inverno possa ser trabalhado com antecipação, preparação e acompanhamento", garantiu.
Pelas 11:30, cinco técnicos do INEM desmontavam as últimas duas tendas que ao longo de 18 meses e até sexta-feira auxiliaram na resposta do Serviço de Urgência daquela unidade hospitalar.
No exterior do hospital mantêm-se os contentores, onde há "uma triagem avançada e um circuito separado para doentes com patologia respiratória", até serem, posteriormente, inseridos no ciclo normal do hospital.
Instalado desde 7 de março de 2020 no CHUSJ, nas seis tendas amarelas que compunham aquele Hospital de Campanha trabalharam durante as várias vagas da Covid-19 "centenas de profissionais de várias especialidades" e passaram "dezenas de milhares de utentes".
O hospital de campanha esteve a funcionar até sexta-feira e, durante os picos, tal como recordou o Conselho de Administração do São João, funcionou "24 horas por dia no interrupto, com dois polos, um para adultos e outro para crianças totalmente diferenciados". Agora estava a funcionar apenas nas horas de maior fluxo.
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