"Usar as vacinas como quem usa um inseticida não é realista"

Jorge Amil Dias considera que "alimentar na opinião pública essa esperança" não só "não é realista como cria um pânico e uma ansiedade enorme na população que não ajuda nada à realidade dos factos".

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
07/09/2021 13:08 ‧ 07/09/2021 por Notícias ao Minuto

País

Jorge Amil Dias

Jorge Amil Dias, presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, disse, em declarações à Renascença, que "alimentar na opinião pública essa esperança de que usamos as vacinas como quem usa um inseticida e vamos matar o bicho, não só não é realista como cria um pânico e cria uma ansiedade enorme na população, que não ajuda nada à realidade dos factos".

A afirmação surge após o infeciologista Jaime Nina ter defendido, na mesma rádio, que enquanto não se vacinarem todas as crianças, incluindo as que têm menos de 12 anos, não será possível controlar a pandemia. 

Sobre a vacinação dos mais pequenos, Jorge Amil Dias refere que "não é o momento para fazer essa discussão, muito menos na ausência de elementos sólidos de evidência", até porque "não temos dados de eficácia, de segurança e de benefícios para a população".

Para o pediatra, "faz sentido fazer investigação, demonstrar segurança, demonstrar eficácia e demonstrar na população que é visada com um programa de vacinação" e "deve ser nessa base que as coisas devem ser decididas", em vez de em "esperanças românticas de que conseguimos eliminar o vírus porque vacinamos toda a gente no mundo".

De recordar que Portugal alcançou, este domingo, 85% da população elegível inoculada com pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.

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