Jorge Amil Dias, presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, disse, em declarações à Renascença, que "alimentar na opinião pública essa esperança de que usamos as vacinas como quem usa um inseticida e vamos matar o bicho, não só não é realista como cria um pânico e cria uma ansiedade enorme na população, que não ajuda nada à realidade dos factos".
A afirmação surge após o infeciologista Jaime Nina ter defendido, na mesma rádio, que enquanto não se vacinarem todas as crianças, incluindo as que têm menos de 12 anos, não será possível controlar a pandemia.
Sobre a vacinação dos mais pequenos, Jorge Amil Dias refere que "não é o momento para fazer essa discussão, muito menos na ausência de elementos sólidos de evidência", até porque "não temos dados de eficácia, de segurança e de benefícios para a população".
Para o pediatra, "faz sentido fazer investigação, demonstrar segurança, demonstrar eficácia e demonstrar na população que é visada com um programa de vacinação" e "deve ser nessa base que as coisas devem ser decididas", em vez de em "esperanças românticas de que conseguimos eliminar o vírus porque vacinamos toda a gente no mundo".
De recordar que Portugal alcançou, este domingo, 85% da população elegível inoculada com pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
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