Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, admitiu, esta quarta-feira, que o uso obrigatório de máscara na via pública tem os dias contados, mas sublinhou que, ainda assim, vão continuar a haver "situações específicas" no exterior, nas quais será necessário "continuar a usar máscaras".
"A transmissão indireta do vírus é por acumulação de aerossóis e obviamente essa via é muito menos eficaz no exterior do que no interior. De qualquer maneira a recomendação vai no sentido de que em aglomerados e em contextos especiais" a máscara deve ser utilizada, esclareceu a responsável, em declarações prestadas esta manhã, durante uma audição no Parlamento.
Graça Freitas apontou como exemplo em que se justifica o uso da máscara o recreio nas escolas, os espaços exteriores em eventos e os ajuntamentos também ao ar livre.
"A própria mobilidade em determinados sítios das cidades em que há aglomerados populacionais isso obviamente poderá constituir uma exceção, uma recomendação diferente, porque permite o contacto direto e próximo entre pessoas e, portanto, permite a transmissão", apontou.
A diretora-geral da Saúde sublinhou também que é importante "a mobilização social e a ética dos cuidados individuais de cada um".
"Cada um de nós deve, apesar de tudo, continuar a ser portador de uma máscara e em caso de necessidade deve colocá-la"
Graça Freitas adiantou ainda que a DGS vai avançar com uma campanha para explicar as exceções ao fim da obrigação do uso de máscara na via pública e sempre que possa ser garantido o distanciamento social.
Durante esta manhã, Graça Freitas foi ouvida sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença Covid-19 e do processo de recuperação económica e social, a pedido do PSD.
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