Os diretores das escolas e os pais dos alunos ficaram com dúvidas sobre o uso de máscara nos estabelecimentos de ensino após Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, ter prestados declarações, esta quarta-feira, no Parlamento sobre a matéria.
Sublinhe-se que os estabelecimentos de ensino receberam uma diretiva clara sobre a obrigatoriedade para este ano letivo, mas ontem, Graça Freitas referiu que o uso de máscara era apenas recomendável.
Em declarações à RTP, diretores e associações de pais lamentaram a falta de clareza e pedem esclarecimentos.
"Uma comunicação, mais uma vez pouco clara. Efetivamente tínhamos a noção da obrigatoriedade e não pomos em causa os conteúdos das recomendações. (...) Agora, de repente e à porta do início do ano letivo, dizem-nos que afinal as coisas podem ser diferentes, num momento em que ainda por cima nos confrontamos com o fim de uma lei sobre o uso obrigatório de máscara, no domingo. Não sabemos o que é que a próxima lei dirá. A comunicação é pouco clara. As famílias querem estar tranquilas sobre aquilo que devem fazer aos seus filhos", alertou Alberto Santos, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, em entrevista ao canal da estação pública.
Na semana passada, a Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou o 'Referencial Escolas – Controlo da transmissão de COVID-19 em contexto escolar' para o ano letivo 2021/2022, no qual recomendou "fortemente" às crianças do 1.º ciclo o uso de máscara.
A autoridade de saúde indicou ainda que, à semelhança do que já acontecia até então, "qualquer pessoa com 10 ou mais anos e, no caso dos alunos a partir do 2.º ciclo do ensino básico, independentemente da idade, deve utilizar máscara comunitária certificada ou máscara cirúrgica".
A DGS salvaguardou, porém, que "a utilização de máscara deve ser sempre adaptada à situação clínica, mediante avaliação caso a caso pelo médico assistente".
Esta quarta-feira, ouvida na Assembleia da República, Graça Freitas admitiu que o uso obrigatório de máscara em espaços exteriores tem os dias contados, mas sublinhou que, ainda assim, vão continuar a haver "situações específicas" no exterior, nas quais será recomendado "continuar a usar máscaras", como por exemplo nos recreios das escolas.
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