Luís Marques Mendes anunciou, este domingo, que o Governo deverá decidir, no Conselho de Ministros da próxima quinta-feira, a reabertura das discotecas mediante apresentação de certificado digital, o fim dos limites de pessoas por mesa nos restaurantes e o fim da lotação máxima nas lojas, espetáculos culturais e casamentos.
No habitual espaço de opinião da SIC, o comentador político garantiu ainda que o Governo "está neste momento a fazer um levantamento de várias medidas que foram implementadas nos últimos meses" e que já não se justificam ou que poderão passar "a uma lógica de recomendação".
Marques Mendes destaca que o país tem, à data, 86% da população com pelo menos uma dose da vacina e quase 83% com o esquema vacinal completo e que as previsões apontam para que, no próximo domingo, se atinja entre 84 a 85% da população portuguesa vacinada.
"É caso para dizer que praticamente chega ao fim o processo de vacinação", sublinha. "Não há dúvida que há aqui um grande mérito do Governo - em particular da Ministra da Saúde -, um grande mérito da Task Force e dos profissionais de saúde."
Graças a estes dados, além da vacinação da gripe (que deverá arrancar em outubro), Marques Mendes acredita também que sejam anunciadas, até ao final do ano, uma terceira dose da vacina contra a Covid-19 para maiores de 65 anos e uma segunda para os recuperados da doença (que, atualmente, apenas recebem uma dose).
Contudo, o social-democrata não se demonstrou inteiramente de acordo com essas medidas.
"Eu esperava que houvesse um estudo que provasse a necessidade destas terceira e segunda dose", refere, lembrando que há um grande lobby por parte das farmacêuticas. "Se há mesmo necessidade, tudo bem, agora só para dar negócio às farmacêuticas parece-me mal."
Insultos a Ferro Rodrigues são "crime"
Quanto aos insultos de um grupo de negacionistas ao presidente da Assembleia da República, que marcaram o último fim de semana, Luís Marques Mendes defendeu que o assunto "não deve ser ignorado nem desvalorizado".
Não é um fait-diver nem uma questão menor", apontou. "Eu acho que isto é intolerável."
O comentador defende que o Ministério Público e os tribunais têm de agir, o que "não significa limitar o direito à manifestação", mas sim "não pactuar com o abuso, com a injúria".
Para o comentador, "não se trata de saber se se gosta ou não de Ferro Rodrigues", mas "uma ofensa à segunda figura do Estado é uma ofensa ao estado democrático".
"É verdade que é um grupo ultraminoritário, mas não significa que não tenham que cumprir regras como qualquer um de nós", frisou. "A autoridade democrática do Estado, quando não se exerce, degrada-se."
Marques Mendes concluiu defendendo que, "se não gostam ou não concordam com a vacina, tudo bem, mas dentro das regras e cumprindo a lei".
"Ferro Rodrigues é a segunda figura do Estado, tem de ser respeitado como tal", apontou.
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