Portugal adquiriu, este ano, três milhões de vacinas contra a gripe, anunciou esta sexta-feira a diretora-geral da Saúde. "O país nunca teve tantas vacinas contra a gripe como este ano", sublinhou, numa conferência de imprensa onde fez um ponto de situação sobre a vacinação contra a gripe e contra a Covid-19.
A vacinação contra a gripe arrancou no passado dia 27 de setembro, nos lares e, até ao momento, já foram inoculadas 130 mil vacinas, "63 mil das quais em pessoas com 80 ou mais anos de idade", precisou Graça Freitas, vincado que "outra prioridade são as grávidas".
Quanto à Covid-19, a responsável afirma que a vacinação "é inequivocamente um sucesso" no país. Apesar disso, os estudos têm indicado que, com o passar do tempo, "há uma atenuação" da proteção contra o vírus, "sobretudo em alguns grupos".
Neste sentido, anunciou, "vamos iniciar [na próxima semana] a terceira dose de reforço a pessoas com 65 ou mais anos, sendo que neste grupo etário a prioridade são as pessoas que têm 80 ou mais anos e as pessoas que são utentes de lares e da rede de cuidados continuados e de outras instituições similares".
A diretora-geral da Saúde salientou ainda que, relativamente aos imunossuprimidos, já está a ser administrada uma dose adicional da vacina contra o SARS-CoV-2 há algumas semanas, mas aproveitou para deixar um apelo aos médicos, que acompanham doentes nessa situação, para que prescrevam a terceira dose aos seus utentes.
Graça Freitas anunciou também que a DGS está a aguardar indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a coadministração das duas vacinas - uma decisão que poderá ser conhecida hoje, no mesmo dia em que será também publicada a norma da DGS sobre a administração da 3.ª dose.
Até lá, a vacinação contra a gripe e com terceiras doses contra a SARS-CoV-2 será feita "num sistema misto", entre centros de saúde e postos de vacinação, com 14 dias de intervalo. Graça Freitas detalhou ainda que a dose de reforço administrada é, para já, a da Pfizer, que será dada seis meses após a segunda dose.
"Nós gostávamos muito que fosse possível a coadministração, mas estamos preparados para os dois cenários"
Para o reforço com a terceira dose da vacina contra a Covid-19, os utentes poderão começar já hoje a ser convocados e essa convocatória será sequencial, primeiro por SMS e, se necessário, por telefone.
"Os próprios centros de saúde, em proximidade e porque conhecem bem estes utentes, têm mecanismos para os alcançar e convocar e convidar a virem à vacinação", acrescentou a diretora-geral apelando para que os mais velhos "cheguem ao inverno com a sua proteção, quer contra a covid-19, quer contra a gripe, no máximo que a ciência nos permite e o seu sistema imunitário também".
Quanto aos recuperados, "não há, até à data," indicação para que façam dose de reforço, mas continuam a ser feitos estudos nesse sentido.
Também presente na conferência de imprensa, o responsável pela investigação epidemiológica do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge referiu, por sua vez, que nas vacinas contra a Covid-19 a efetividade para sintomáticos tem decaído com o tempo, principalmente nos cidadãos com mais de 65 anos.
"Temos verificado que a efetividade da vacina contra doença sintomática diminuiu para cerca de 30%, 40% ao fim de cinco meses", referiu Baltazar Nunes.
Reveja aqui a conferência de imprensa:
[Notícia atualizada às 16h49]
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