Bares e discotecas continuam sem receber apoios prometidos pelo Governo

O presidente da Associação da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto denunciou hoje, mais uma vez, que o setor continua sem receber os apoios do programa Apoiar prometidos há mais de dois meses pelo Governo.

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Lusa
12/10/2021 14:18 ‧ 12/10/2021 por Lusa

País

Covid-19

 

O Programa Apoiar consiste num apoio de tesouraria, sob a forma de subsídio a fundo perdido, para apoio a empresas dos setores particularmente afetados pelas medidas excecionais aprovadas no contexto da pandemia de covid-19, entre os quais se inclui bares e discotecas que tiveram de encerrar as portas um ano e meio.

"Não temos conhecimento no nosso meio de associados que alguém tenha recebido o apoio do programa Apoiar e portanto estamos com uma dificuldade enorme de tesouraria para encarar esta reabertura do setor", alertou hoje Miguel Camões, presidente da Associação da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto, que representa cerca de 30 bares e discotecas da cidade portuense.

Segundo Miguel Camões, apenas estão a chegar respostas em como os apoios foram aprovados, mas o dinheiro tarda em chegar.

A 29 de setembro, em vésperas dos clubes noturnos e discotecas poderem reabrirem -- 01 de outubro - com a apresentação do certificado digital de vacinação contra a covid-19 pelos clientes dos bares e discotecas após um ano e meio encerrados devido à pandemia da covid-19, o presidente da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto denunciava que os apoios de 2021 prometidos pelo Governo continuavam sem chegar e alertava que iria ser "muito duro" reabrir sem liquidez de tesouraria.

"Os apoios que nos foram prometidos há um mês e meio, e dois e três meses, não chegaram. Portanto, estamos sem apoios desde o primeiro trimestre [de 2021]. Foram só anunciados, mas não chegaram à tesouraria de nenhuma empresa do setor da noite. (...) Algumas empresas não só têm o problema do pouco tempo, mas também é um problema de liquidez de tesouraria neste momento", assinalou

Hoje, Miguel Camões volta a denunciar que os apoios ainda não chegaram a nenhum dos empresários e, para piorar a situação da insegurança nas ruas do Porto, avisa que os empresários da noite não vão ter capacidade para conseguir pagar policiamento na rua como o estavam a fazer antes de chegar a pandemia.

"Neste momento, é muito complicado, porque encaramos uma grande dificuldade de tesouraria e ter que despender neste momento de dinheiro para pagar policiamento na rua é muito complicado", disse, reconhecendo, todavia que pôr policiamento na rua é "claramente uma responsabilidade do Governo e do Ministério da Administração Interna".

Os empresários da noite, segundo Miguel Camões, pagaram durante dois anos consecutivos policiamento nas ruas do Porto, facto que só foi suspendido com a pandemia em março de 2020.

O Programa APOIAR consiste num apoio de tesouraria, sob a forma de subsídio a fundo perdido, para apoio a empresas dos setores particularmente afetados pelas medidas excecionais aprovadas no contexto da pandemia de COVID-19.

Na sequência de uma reavaliação da situação e no sentido de reforçar os apoios à liquidez das empresas, foi publicada numa portaria a 24 de março transato para a reabertura das candidaturas à medida APOIAR.PT que se encontravam suspensas.

A covid-19 provocou pelo menos 4.847.904 mortes em todo o mundo, entre mais de 237,74 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.048 pessoas e foram contabilizados 1.075.639 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Leia Também: Empresários do Porto preocupados com violência pedem mais policiamento

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