Os mestres até ao momento identificados nas falsificações são Cruzeiro Seixas, Mário Cesariny, Noronha da Costa, José Malhoa, Cutileiro, Domingos Alvarez, Malangatana e Almada Negreiros.
Segundo a PJ, a rede agora desmantelada tinha como principal responsável um comerciante de arte, "referenciado por introduzir no comércio de arte nacional, leiloeiras e galerias, obras pictóricas falsas, elaboradas 'ao estilo' ou reproduções de grandes mestres nacionais e estrangeiros".
"O esquema urdido compreendia ainda um falsário, que produzia e assinava a pintura, e um conjunto de indivíduos responsáveis pela colocação no mercado, e em particulares de boa-fé, das peças produzidas", refere.
Em comunicado, a PJ esclarece que "a produção da pintura falsa decorria na sala de artesanato de um estabelecimento prisional, sendo o falsário, previamente municiado dos materiais necessários, tais como telas, pincéis, folhas de papel de desenho, tubos de tinta e óleo, frascos de óleo de linhaça, lápis de carvão, papel vegetal, papel químico e outros".
Após a produção, as pinturas saíam do estabelecimento prisional através de visitas autorizadas, sendo as mesmas seguidamente escoadas para o circuito comercial pelo ora detido, que era quem coordenava todo o esquema.
Nesta operação, na qual foram realizadas "diversas buscas domiciliárias e em estabelecimentos, no Grande Porto", a PJ apreendeu 26 pinturas que presume serem falsas, que se juntam "a outras já realizadas no âmbito da mesma investigação, completando um total de 40 pinturas falsas apreendidas até ao momento, pretensamente atribuídas aos autores acima referidos".
A investigação, que contou com a colaboração da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, prossegue no sentido de identificar a totalidade das peças contrafeitas produzidas, bem como a sua atual localização, acrescenta a PJ.
O detido, de 50 anos, comerciante de arte, foi presente a primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicada a medida de obrigação de permanência na habitação.
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