"O objetivo das ações de sensibilização é informar a população dos perigos da utilização do fogo e transmitir a forma correta de destruir, pelo fogo, os sobrantes das atividades agrícolas ou florestais", disse hoje à agência Lusa o vice-presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios.
A campanha de sensibilização em curso abrange as freguesias com grande incidência de incêndios rurais e com prática corrente na utilização do fogo para destruir os sobrantes da atividade agrícola ou florestal.
Concretamente, as ações estão a ser implementadas nas freguesias ou uniões das freguesias de Folhadela, São Tomé Castelo e Justes, Andrães, Campeã, Pena, Quintã e Vila Cova, Torgueda, Vale de Nogueiras e Vila Marim.
E, segundo Alexandre Favaios, estão a decorrer na sua esmagadora maioria após as missas dominicais, para abranger um maior número de pessoas.
Com esta campanha, acrescentou, pretende-se a "diminuição ou eliminação de incêndios rurais provocados pelo descontrolo de queimas de resíduos agrícolas ou florestais e criar condições de proteção das pessoas envolvidas nesta prática ancestral".
Elementos da Proteção Civil Municipal, militares do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (SEPNA) da GNR e bombeiros das duas corporações do concelho - Cruz Branca e Cruz Verde - apelam à limpeza de matos e arvoredo em faixas nas envolvência dos aglomerados populacionais ou casas isoladas, e informam sobre as condições para a utilização do fogo na destruição de sobrantes agrícolas ou florestas, bem como dos procedimentos adequados para a realização de queimas.
Falam ainda da importância da meteorologia, da obrigatoriedade da autorização para realizar as queimas e queimadas através de um telefonema para a câmara municipal ou utilização da aplicação informática e sobre os procedimentos a realizar em caso incêndio.
A campanha junta ainda os sapadores florestais e as juntas de freguesia.
"É fundamental envolver as entidades com competência nas ações preventivas e fiscalização como a GNR, também o combate, no caso dos bombeiros, e de coordenação, o Serviço Municipal de Proteção Civil", salientou o vice-presidente.
Para o responsável, o envolvimento das várias entidades "cria um movimento de sinergias que as populações recebem como muito positivas".
Alexandre Favaios destacou que a eficácia destas ações, que o município realiza há alguns anos, se traduz num "aumento da articulação da população com o município e com as outras entidades envolvidas, aquando da realização de queimas e queimadas".
"Será impossível erradicar completamente os incêndios rurais decorrentes das queimas e queimadas, mas percebemos que há um maior cuidado", frisou.
Em 2024, no concelho houve aproximadamente 200 ocorrências de ignições rurais, em que oito destas resultaram em incêndios rurais com área aproximada de 1.500 hectares.
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