Quercus preocupada com qualidade do ar em Estarreja
A associação ambientalista Quercus exigiu hoje ter acesso aos dados do analisador de Benzeno instalado na Estação da qualidade do ar de Estarreja, afirmando estar preocupada com a qualidade do ar naquele concelho do distrito de Aveiro.
© Quercus
País Ambiente
Numa nota de imprensa, o núcleo regional de Aveiro da Quercus refere que nos últimos 10 meses contactou por diversas vezes a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR-C) e a empresa do Parque Químico onde o analisador está instalado, mas os referidos dados não foram disponibilizados.
"A questão do benzeno é importante controlar e monitorizar, por vários motivos, e ainda por cima o complexo químico tem um conjunto de indústrias que são emissoras e, portanto, o controlo é fundamental (...) Esperamos que esteja a ser feito há mais de um ano, mas não sabemos porque não temos acesso aos dados", disse à Lusa Raul Silva, da Quercus Aveiro.
O dirigente lembra que houve um acordo entre as duas entidades para disponibilizar a informação que não está a ser cumprido, questionando se o analisador e a própria estação estão a funcionar e a produzir dados.
"Porque é que tendo esta estação estas capacidades não estão a ser usadas ou não estão a ser apresentadas da forma que é de lei e que devia ser acessível ao público?", questiona Raul Silva.
O dirigente estranha ainda a falta de articulação entre estas duas entidades, afirmando que "a CCDR-C diz que não tem acesso aos dados, porque a empresa não fornece, e a empresa diz que a CCDR-C é que tem de pedir os dados e tem que agilizar a divulgação dos mesmos".
A Quercus considera inaceitável que a única estação de qualidade ar registada no site da Agência Portuguesa do Ambiente que disponibiliza as medições (https://qualar.apambiente.pt/indices) também não forneça os dados de cada um dos poluentes medidos como o dióxido de azoto, o monóxido de carbono e as partículas em suspensão.
A associação ambientalista exige às entidades envolvidas que cumpram a legislação e os protocolos assumidos, divulgando, de imediato, os dados ao público, considerando que este impasse é "inaceitável" e está a ponderar recorrer à Comissão Europeia.
"De relembrar que Portugal dispõe de um prazo de dois meses para corrigir a situação. Caso contrário, a Comissão poderá instaurar uma ação no Tribunal de Justiça da União Europeia", conclui a Quercus.
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