Novo Estado de Emergência? Marcelo e Costa dizem que não

Em reação ao ‘salto’ do país no que toca os número de casos da Covid-19, o Presidente e o primeiro-ministro rejeitaram um novo Estado de Emergência, salientando, contudo, a necessidade de implementar medidas de contenção do vírus. Também Mariana Vieira da Silva e António Lacerda Sales partilham da mesma opinião, frisando a importância de ouvir os especialistas quanto às medidas a tomar, na reunião do Infarmed de amanhã.

Notícia

© Getty Images

Daniela Filipe
18/11/2021 09:19 ‧ 18/11/2021 por Daniela Filipe

País

Covid-19

Face ao aumento de casos da Covid-19 em Portugal, o primeiro-ministro disse não antever um novo Estado de Emergência, à margem das comemorações do Centenário de José Saramago, em Rio Maior. Ainda assim, António Costa garantiu que, apesar da dissolução do parlamento, não hesitará em adotar medidas mais restritivas, caso se mostrem necessárias.

"Não antecipo, sinceramente, que tenhamos que adotar medidas que impliquem um Estado de Emergência", adiantou, assegurando que "o parlamento, mesmo dissolvido, mantém medidas de fiscalização da atuação do Governo".

No entanto, o primeiro-ministro admitiu estar preocupado com a evolução de casos de infeção pelo coronavírus, mas não considera que “se tenham de tomar outra vez medidas com a dimensão que tivemos no passado, salientando que a vacinação "não só tem diminuído muito a taxa de incidência, como tem assegurado que as consequências da infeção são menos gravosas".

De visita à vizinha Espanha, Marcelo Rebelo de Sousa afastou também um novo Estado de Emergência, vincando que "quando não renovei mais o Estado de Emergência estávamos muito longe das fasquias atuais". O Presidente salienta, assim, a “vantagem [de Portugal] em relação à generalidade dos países europeus em termos de vacinação”.

Por sua vez, Mariana Vieira da Silva realça ser evidente que o governo terá de tomar medidas, mas que “é preciso ouvir os especialistas”.

“Esse é um grande ganho que tivemos neste processo, que fez também os portugueses vacinarem-se de forma massiva, ao contrário do que aconteceu noutros países, o que nos coloca numa situação de maior proteção. Agora vamos ouvir os peritos face a esta situação que medidas têm que ser tomadas e tomaremos as medidas”, disse, referindo-se à reunião do Infarmed, antecipada para esta sexta-feira.

Também o secretário de Estado Ajunto e da Saúde, António Lacerda Sales, não se quis antecipar à reunião com os especialistas, frisando que “só se tomam decisões políticas com suporte nas decisões técnicas”.

“Vamos ouvir os peritos, mas penso que, em função do crescimento a que temos assistido nos últimos dias, é pelo menos natural que haja um reforço acentuado daquilo que são medidas que já hoje temos, como o uso de máscara, principalmente em espaços fechados, em espaços abertos onde existam grandes aglomerados, das diretrizes da DGS (distanciamento e higienização das mãos). Eventualmente uma testagem mais acentuada será também muito importante. Algum nível parcial de teletrabalho também”, adiantou.

Questionado quanto a um novo Estado de Emergência, contudo, o ministro afirmou tratar-se de “uma decisão política sobre a qual o Conselho de Ministros é quem terá de se pronunciar”.

Hoje, o Ministério da Saúde anunciou que os testes rápidos de antigénio efetuados nas farmácias e laboratórios aderentes ao regime excecional de comparticipação vão voltar a ser gratuitos a partir de sexta-feira A decisão surge num momento em que a situação epidemiológica em Portugal está a agravar-se, sublinhando, assim, a importância de voltar a intensificar a realização de testes para deteção do SARS-CoV-2 como forma de controlo da pandemia.

Recorde-se que Portugal registou esta quarta-feira mais nove mortes e 2.527 novos casos, o maior número de contágios desde 2 de setembro, no qual o boletim reportou 2.830 infeções, com 848 testes positivos em atraso, e 26 de agosto, data em que houve 2.552 casos. O país está, agora, na 'zona vermelha' da matriz de risco, sendo que tanto a incidência como o Rt aumentaram.

Leia Também: Máscaras e confinamentos a 'caminho'? O que disseram peritos e políticos

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas