"O número de internamentos será o fator determinante para se ponderar algum tipo de alteração. Mantendo-se o nível de internamentos aproximado das últimas semanas e a incidência de casos com números aproximados, vamos manter as medidas existentes", avançou o titular da pasta da Saúde.
Segundo Clélio Meneses, as medidas anunciadas pelo Governo da República não têm aplicação nos Açores e, para já, a região não vai introduzir alterações nas medidas existentes.
"Ao contrário do que acontece no resto do país e na Madeira temos uma situação controlada, com números que vão baixando. Já voltámos a baixar dos 300 casos", afirmou.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou, na quinta-feira, a implementação de novas medidas de contenção, a partir de 01 de dezembro, como o uso de máscara em espaços fechados e a exigência de certificado digital em restaurantes, alojamentos turísticos, ginásios e eventos com lugares marcados.
Passará também a ser obrigatória a apresentação de teste de despiste negativo para acesso a lares, estabelecimentos de saúde, grandes eventos e discotecas, bem como para entrar em Portugal continental, a partir do estrangeiro.
Esta quinta-feira, o Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) colocou Portugal continental e os Açores na categoria de risco elevado de transmissão do novo coronavírus, no mapa que suporta decisões sobre viagens na União Europeia, à semelhança do que já tinha acontecido na semana anterior com a Madeira.
Questionado sobre esta alteração, o secretário regional da Saúde disse que a região acaba por "acompanhar o que acontece no resto da Europa e no resto do país", mas frisou que a situação nos Açores "não é preocupante" e "está perfeitamente controlada".
"Já há muito tempo que não ultrapassamos os oito internados nos Açores. O máximo que tivemos nos últimos tempos foi oito. E temos apenas três internados, o que demonstra que a situação da pandemia está perfeitamente controlada nos Açores", apontou.
Clélio Meneses disse que "vão surgindo episodicamente e nalguns locais alguns surtos", que "têm a sua evolução natural de alargamento num primeiro período e depois controlo imediato".
"Esse controlo prova a eficácia das autoridades de saúde locais e regional", reforçou.
O titular da pasta da Saúde defendeu que o surgimento de novos casos de infeção nos Açores decorre de uma "evolução natural", por via da redução de medidas restritivas, mas reiterou que "a vacinação produziu os resultados que se pretendia".
"A situação, apesar de não ser a desejável, porque ainda existem casos, não é preocupante", sublinhou.
Os Açores tinham, na quinta-feira, 285 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus que provoca a covid-19, dos quais 219 em São Miguel, 25 na Graciosa, 19 em São Jorge, 18 na Terceira, três no Faial e um no Pico.
Até 22 de novembro, tinham vacinação completa contra a covid-19 na região 195.775 pessoas, o equivalente 82,7% da população, e 9.095 pessoas tinham recebido a dose de reforço.
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