"O número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2, por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 547 casos, com tendência crescente a nível nacional". Esta é uma das conclusões do habitual relatório semanal das 'Linhas Vermelhas' da pandemia da Covid-19, divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Dr. Ricardo Jorge (INSA).
A variante Delta (B.1.617.2) "foi a variante dominante em Portugal (>99% de frequência relativa) no período das semanas 47 e 48 (22 de novembro a 5 de dezembro)", aponta ainda o documento, acrescentando que "a monitorização em tempo real de casos prováveis da variante Ómicron - através da 'falha' na deteção do gene S -, aponta, no entanto, para um aumento acentuado da circulação desta variante nos últimos dias".
A DGS e o INSA vincam ainda que a "proporção de casos estimada no dia 15 de dezembro foi de 21%, prevendo-se que esta variante se torne dominante (>50% dos casos) durante a próxima semana".
A faixa dos idosos com 80 ou mais anos apresentou uma incidência cumulativa de 158 casos por 100 mil habitantes, o que reflete um risco de infeção muito inferior ao apresentado pela população em geral, adiantam as "linhas vermelhas".
O índice de transmissibilidade do vírus (Rt) indica também uma tendência crescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,07). "A manter-se esta taxa de crescimento, a nível nacional, estima-se que o limiar de 960 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado entre 31 e 60 dias", alerta a análise de risco semanal da pandemia.
A proporção de testes positivos foi de 3,1% - na semana anterior tinha sido de 3,2% -, encontrando-se abaixo do limiar definido de 4%, e registou-se um aumento do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias, com um total de mais de 966 mil.
Em síntese, a "análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade elevada, com tendência crescente a nível nacional", sendo que a "pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são elevados e com tendência crescente, revelando assimetrias regionais."
Já o "rápido aumento" da circulação da variante Ómicron "e o aproximar da época festiva" suporta "a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e a vacinação de reforço, podendo vir a ser necessário ponderar o reforço das medidas de proteção se se observar um agravamento da situação epidemiológica nos próximos dias e nas próximas semanas", adianta o relatório.
De recordar que o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta sexta-feira, deu conta de que foram diagnosticados 4.644 novos casos de Covid-19 e 24 mortes associadas à doença em Portugal, nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o nosso país soma já 1.215.774 casos de infeção e 18.741 óbitos associados ao vírus.
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