Em declarações à agência Lusa, o diretor clínico do Centro Universitário Hospitalar do Porto (CHUP), José Barros, afirmou hoje que 73% dos doentes internados naquela unidade não estão vacinados.
"A esmagadora maioria da população nestas faixas etárias, acima dos 60 anos, estão vacinadas, dizem-nos 95%. O que temos aqui são números assustadores de não vacinados porque na verdade o que deveríamos ter era 5% de não vacinados", referiu, acrescentando que "a vacina faz toda a diferença".
Dos 19 doentes internados com covid-19 naquela unidade hospitalar, oito estão internados em unidades de cuidados intensivos, onde há 11 vagas.
Destes oito doentes, cinco, com idades entre os 52 e 79 anos, não estão vacinados.
Apenas três doentes, com 65, 70 e 85, anos estão vacinados, com duas doses, contra o SARS-CoV-2.
"Nos cuidados intensivos temos uma média de idades global de 68 anos, que nos não vacinados é de 65 anos e nos vacinados é de 73", observou José Barros.
Já em enfermaria, estão internados 11 doentes, sendo que sete, com idades entre os 30 e 83 anos, não estão vacinados.
Apenas um doente com 82 anos tem as três doses da vacina e três, com 59, 60 e 78 anos estão vacinados, com duas doses, contra a covid-19.
"A média de idades dos doentes em enfermaria é de 60 anos, sendo que nos não vacinados é de 57 anos e nos vacinados é de 70", referiu o diretor clínico.
À Lusa, José Barros salientou que no último mês, o número de doentes internados com covid-19 naquela unidade hospitalar tem-se mantido "estável" e que a situação "não é comparável" com a do ano passado.
"Isto dá ideia de uma certa estabilização e é uma convicção profunda que esta estabilização só é possível pela vacina", acrescentou.
A covid-19 provocou mais de 5,36 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.823 pessoas e foram contabilizados 1.242.545 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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