"Quanto mais transmissível for um vírus, menos patogénico ele vai ser"

Virologista garante que há "várias notícias boas" e que, apesar de termos de ter cautela com este grau de infeção "vamos controlar de uma maneira mais rápida a pandemia".

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Notícias ao Minuto
27/12/2021 18:17 ‧ 27/12/2021 por Notícias ao Minuto

País

Covid-19

O virologista João Gonçalves fez um balanço, esta segunda-feira, na SIC Notícias, do primeiro ano de vacinação contra a Covid-19 em Portugal.

Para o também professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, “estamos todos de parabéns”, isto é, quem implementou este processo mas também os portugueses que aderiram à vacinação.

“Portugal é um caso de sucesso no mundo. A vacinação em Portugal e na Europa é um sucesso, mas infelizmente não no mundo inteiro e por isso é que aparece esta nova variante [Ómicron]”, afirmou o especialista, recordando que a vacinação é “uma das armas importantes para conter a pandemia”.

Sobre a Ómicron em particular, João Gonçalves disse acreditar que a “vacina foi uma das razões que levou o vírus a evoluir para maior transmissão”.

“Nós sabemos que quanto mais transmissível for um vírus, menos patogénico ele vai ser. Tivemos uma ajuda da vacina para nos proteger mas ao mesmo tempo obriga o vírus a tornar-se menos patogénico e isto vai claramente ajudar-nos a conter e a tornar o vírus mais endémico, de uma forma mais rápida”, explicou, acrescentando que o que os vírus querem é continuar a transmitir-se.

“O que os vírus querem é transmitir-se melhor, ultrapassar as barreiras que nós criamos. Não interessa ao vírus matar o seu hospedeiro”, clarificou o virologista.

Apesar da incidência e Rt estarem a subir, para João Gonçalves há “várias notícias boas”. “Se nós mantivermos este grau de taxa de infeção, certamente vamos controlar de uma maneira mais rápida a pandemia”.

“Com alguma cautela, o que nós podemos dizer [sobre a Ómicron] é que esta parece ser uma variante que provoca menos doença moderada a grave. Transmite-se mais, cinco vezes mais que a Delta, mas não provoca doença grave. Sabemos também que tem mais resistência que a Delta às vacinas e isso é um fator de preocupação para as pessoas imunossuprimidas, pessoas mais velhas, daí que seja necessário este reforço [da vacina]", defendeu.

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