Cazaquistão: Governo confirma que portugueses residentes estão bem

Os cerca de 20 portugueses residentes no Cazaquistão encontram-se bem, incluindo oito a viver em Almaty, a cidade mais afetada pelos distúrbios recentes que provocaram vários mortos, disse hoje à agência Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros.

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Lusa
06/01/2022 11:33 ‧ 06/01/2022 por Lusa

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Cazaquistão

"Felizmente, não há, até ao momento, nenhum reporte de qualquer problema de segurança que um cidadão ou cidadã portuguesa esteja a enfrentar", disse Augusto Santos Silva.

Portugal tem uma representação diplomática em Nursultan, a capital do Cazaquistão, assegurada por um encarregado de negócios, que tem contactado diariamente, "várias vezes ao dia", os portugueses residentes no país da Ásia Central, disse o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

"Continuaremos a acompanhar ao minuto a evolução no Cazaquistão de forma a garantir que a comunidade portuguesa que lá vive esteja nas melhores condições possíveis", afirmou Augusto Santos Silva.

Dezenas de pessoas, entre manifestantes e elementos das forças da ordem, foram mortas nos protestos dos últimos dias no Cazaquistão, desencadeados por um aumento do preço dos combustíveis.

Hoje de manhã, as autoridades locais anunciaram na televisão pública que 13 elementos das forças de segurança foram mortos e 353 ficaram feridos durante os protestos.

Augusto Santos Silva disse que Portugal espera que a situação no Cazaquistão "evolua positivamente", e apelou para que os "protestos pacíficos sejam respeitados" e as "inquietações das pessoas sejam respondidas".

O Governo português espera que "tudo se processe nas condições de segurança, tranquilidade e ação pacífica indispensáveis para que os cazaques possam ter uma solução própria e inclusiva para a crise que hoje vivem", afirmou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros referiu ainda esperar que a força enviada para o Cazaquistão pela Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês), uma aliança militar de seis antigas repúblicas soviéticas, respeite os direitos dos cazaques.

"O que nós esperamos é que a relação das forças militares e de segurança com a população se faça no respeito pelos princípios de direitos humanos aplicáveis, isto é, com respeito pelo direito das pessoas a exprimirem pacificamente os seus anseios e também os seus protestos", disse o chefe da diplomacia portuguesa.

"Em conformidade com a decisão do Conselho de Segurança Coletiva, adotada a 06 de janeiro, foi enviado ao Cazaquistão um contingente de manutenção da paz por um período de tempo limitado (...) a fim de estabilizar e normalizar a situação" na nação da Ásia Central, lê-se num comunicado da CSTO.

O contingente integra militares da Rússia, Bielorrússia, Arménia, Quirguizistão e Tajiquistão.

Augusto Santos Silva admitiu ainda a possibilidade de a situação no Cazaquistão poder ser abordada na reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, na sexta-feira, convocada para discutir a situação na fronteira da Ucrânia com a Rússia.

"Depende bastante da evolução que ocorra daqui até amanhã à hora da reunião", acrescentou o chefe da diplomacia portuguesa.

Com cerca de 18 milhões de habitantes, o Cazaquistão está a viver os protestos de rua mais graves desde que conquistou a independência, há três décadas.

A antiga república soviética da Ásia Central vende a maior parte das suas exportações de petróleo à China e é um aliado estratégico da Rússia, os seus dois poderosos vizinhos.

[Notícia atualizada às 12h28]

Leia Também: Dezenas de manifestantes mortos pela polícia no Cazaquistão

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