A pneumologista e investigadora de doenças infeciosas Raquel Duarte esteve esta manhã em entrevista na CNN Portugal e explicou que as medidas de contenção da pandemia serão, brevemente, aliviadas, uma vez que estamos "a atingir o pico desta curva", mas que, há algumas que estão para ficar para lá da Covid-19.
De acordo com a especialista, apesar do alívio previsto, haverá medidas que deverão manter-se no futuro porque, alerta, “a grande ameaça a nível mundial é que a grande parte da população não está vacinada e enquanto não estiver vacinada vamos ter novas variantes e podemos ser sempre surpreendidos”.
Vacinação continuará a ser um pilar
Raquel Duarte aponta que a vacinação continuará a ser um pilar das medidas de contenção tanto agora como nos próximos invernos.
"Não devemos datar a pandemia. A pandemia não acaba nem por decreto, nem por estarmos cansados, nem porque queremos. A pandemia tem, de certa maneira, vontade própria e aquilo que podemos ter é, obviamente, é estar preparados", indica acrescentando que essa preparação passa pela “vacinação, o facto de termos novos fármacos, sabermos tratar os doentes com Covid-1" e "sabermos que medidas são mais eficazes na contenção da transmissão”.
Prudência e planos para o futuro
Com o passar do pico desta curva, a especialista afirma que "vamos ter brevemente uma redução, pelo menos é o que estamos à espera, e portanto está na altura de preparar um aliviar das medidas” que deverá ser “sempre com prudência”.
Deverá, acrescenta, haver sempre planos para “novos surtos, novas ondas”. “Isto será sempre uma maratona e por isso temos de estar preparados para ela."
“[O alívio das medidas] deve ser gradual”
Raquel Duarte afirma que o alívio das medidas deverá ser gradual, que testagem pode ser aliviada, mas não deve ser eliminada para “não sermos surpreendidos por uma grande onda”. Portanto, deve manter-se nas pessoas mais vulneráveis ou em eventos de maior transmissão.
Quanto à máscara, esta deve ser mantida, segundo a opinião da pneumologista, “nos próximos tempos” em locais de maior risco.
Importa também pensar já “no próximo inverno e nas próximas ondas” que continuarão a existir, segundo Raquel Duarte, enquanto houver população mundial por vacinar.
Ventilação e comportamentos sazonais
Além da vacinação, a especialista chama a atenção para uma medida "que tem de ser seriamente pensada que é a ventilação dos espaços interiores". Defende que "temos de pensar na qualidade do ar em espaço interior" e que isso pode ser a chave a nível de problemas respiratórios.
Apela ainda para estarmos "preparados para novos surtos, [com] a vacinação para proteção" e com "os nossos comportamentos" a terem de ser "ajustados, provavelmente, de forma sazonal".
Recorde-se que uma das medidas de contenção da pandemia foi aliviada esta segunda-feira com o fim da obrigatoriedade de apresentação de teste negativo ao entrar em Portugal continental.
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