"Acho que há duas coisas que vão transformar a juventude portuguesa: o caminho que fazemos até lá, a forma como nos envolvemos e tentamos envolver todos os jovens nessa preparação (...) Esperamos que esse caminho crie uma maior ligação entre todos, independentemente dos seus contextos, se são de Lisboa ou de outro sítio qualquer. Que no fim sintamos que fizemos isso em conjunto (...) e fomos responsáveis por uma coisa muito grande que aconteceu no país. E depois, a própria semana em si acho que vai ser transformadora até para aqueles que até lá nunca ouviram falar da Jornada", diz Duarte Ricciardi em entrevista à Lusa.
Para este gestor de 37 anos, "a jornada tem de ser muito mais do que aqueles quatro ou cinco dias em que o Papa está cá e aquilo que é vivido naquela semana".
"O nosso objetivo é que no dia 06 de agosto, quando acabar a Jornada, toda a gente que está neste território, aqui em Lisboa, em Loures, em Almada, tenha sentido a Jornada muito intensamente, tenha orgulho no que foi feito, que seja uma coisa dos portugueses para o mundo e não só de um comité que está a organizar ou do Patriarcado de Lisboa que está a organizar. Que seja isso que transforme a juventude", sublinha.
Duarte Ricciardi, que rejeita o epíteto de "Woodstock católico" que por vezes é dado à JMJLisboa2023, reconhece que, para si, as duas jornadas em que participou enquanto jovem foram "um marco importante".
"Acredito muito no projeto, acredito muito na Jornada em si e no que ela representa e acho que [o convite para o cargo de secretário executivo do Comité Organizador Local] foi o conciliar um bocadinho uma pessoa que estivesse dentro disso, que se identificasse com o projeto, com uma capacidade de gestão, de poder dar aqui algum profissionalismo também a esta coordenação", explica.
Organizada pela Igreja Católica, a Jornada Mundial da Juventude é, no entanto, "um evento completamente universal e aberto a todos, em que qualquer jovem, mais perto ou completamente longe da igreja, ou até um jovem que nem sequer seja católico, que seja de outra religião, é convidado a participar", lembra Duarte Ricciardi, especificando que se trata de um evento que, durante uma semana, "tem uma série de coisas que acontecem, nem todas elas são religiosas, muita coisa é [do âmbito] artístico, desportivo e é também muito sobre o encontro com outros jovens e muito sobre a alegria que se gera nesse encontro, sobre as oportunidades de numa semana terem momentos inesquecíveis".
"E depois, o próprio Papa Francisco é uma figura muito universal, com quem muitas pessoas se sentem muito identificadas, independentemente da proximidade da Igreja", afirma, acrescentando ter a certeza de que "vai ser um encontro completamente aberto a todos e também muito com diálogo inter-religioso e ecuménico. E que as pessoas se sintam bem aqui independentemente da religião".
Segundo o líder das equipas que estão a montar a logística da Jornada, "o Patriarcado de Lisboa tem uma equipa que trabalha exatamente o diálogo ecuménico e inter-religioso e essa equipa está também a trabalhar para encontrar os momentos de fazer isso proativamente, ou seja, a Jornada no seu todo é aberta a todos".
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