"Nós temos a indicação de que cerca de 40 querem sair, e desses, dezena e meia pediram-nos apoio para essa saída, e nós estamos a organizar esse apoio", disse à Lusa o chefe da diplomacia portuguesa.
O ministro referiu ainda que as autoridades mantêm, "naturalmente, o contacto com todos os cidadãos portugueses e luso-ucranianos que ainda se encontram na Ucrânia".
"A maior parte deles, à data de ontem [sexta-feira], continuam a dizer que pretendem ficar na Ucrânia, visto que [também] são cidadãos ucranianos", e dada lei marcial do país, que proíbe a saída de homens entre os 18 e os 60 anos, poderão ser chamados a combater.
Em relação aos 15 que pediram ajuda à embaixada portuguesa em Kiev, Augusto Santos Silva disse que para organização da saída, Portugal está a "a trabalhar com países amigos que ainda têm embaixada aberta em Kiev", tal como Portugal, e "no âmbito da União Europeia".
O ministro declarou que as pessoas que querem sair da Ucrânia "devem acompanhar ao minuto as indicações de segurança que vão sendo atualizadas no portal das comunidades e na página da embaixada portuguesa em Kiev" em https://kiev.embaixadaportugal.mne.gov.pt/pt/.
"A situação na cidade está muito difícil, e nós temos que ver, em cada momento, se é mais seguro, se as pessoas ficam mais protegidas, ficando na cidade ou se têm condições para sair", explicou Augusto Santos Silva.
Como atualmente há combates em Kiev, "pode ser mais seguro estar em Kiev e não tentar sair do que o contrário", acrescentou.
Quanto aos luso-ucranianos que podem sair do país, o ministro recomendou que "continuem a responder aos contactos da embaixada e do gabinete de crise" instalado em Lisboa, e que acompanhem "ao minuto a página da embaixada em Kiev, e o portal das comunidades do MNE".
Já relativamente aos cidadãos que, individualmente, se dirijam para a fronteira ucraniana com a Polónia, Augusto Santos Silva também pediu que "nunca percam o contacto" com as autoridades portguesas e que respondam aos emails e telefonemas.
"A embaixada de Portugal em Varsóvia apoiará esses nossos concidadãos uma vez que estejam em território polaco, e portanto devem também contactar a embaixada em Varsóvia logo que se se encontrem em território polaco, ou então contactar para Lisboa que nós fazemos a distribuição", referiu.
Num aviso publicado no 'site' da embaixada portuguesa em Kiev, datado de sexta-feira, é recomendado que os portugueses "saiam da Ucrânia com a maior brevidade possível através das fronteiras terrestres com a União Europeia e que o façam preferencialmente na direção da Roménia ou da Moldova".
O ministério recomenda que a passagem seja feita nos pontos de fronteira Ucrânia- Roménia e Moldova-Roménia em Halmeu/Sighetul Marmatiei, Siret, Isaccea.
Também são referidos os pontos de passagem entre a Moldova e a Roménia, abertos 24 horas: Stânca, Iasi, Sculeni, Albita, Galati, existindo ainda um posto aberto até às 20 horas "Radauti Prut" (nordeste da Roménia).
Quanto à passagem pela Polónia, as autoridades portuguesas recomendam o ocesso por estrada até à fronteira, sendo "a estrada mais rápida e de melhor qualidade que conduz ao posto fronteiriço Yahodyn (Ucrânia) - Dorohusk (Polônia) e Krakivets (Ucrânia) - Korczowa (Polônia)".
Outros trajetos recomendados para a Polónia são a estrada que conduz ao posto fronteiriço Dorohusk (Polónia) -- Yanodyn (Ucrânia) e a estrada que atravessa a fronteira Zosin (Polónia) -- Ustyluh (Ucrânia).
As autoridades portuguesas também fazem referência aos postos fronteiriços rodoviários Dolhobyczów (Polónia) -- Uhryniv (Ucrânia), ao Hrebenne (Polónia) -- Rava-ruska (Ucrânia), ao Budomierz (Polónia) -- Hruszew (Ucrânia) e Korczowa (Polónia) -- Krakivets (Ucrânia)(rota do Sul).
Há ainda a "estrada que atravessa a Medyka (Polónia) -- Shehyni (Ucrânia)", cuja "passagem da fronteira para peões funciona 24horas por dia, sete dias por semana".
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