Em declarações à agência Lusa, a presidente da Cáritas Portugal explicou que se trata de "uma campanha de apoio ao povo ucraniano", cujo objetivo é "acompanhar o movimento de deslocados que vai haver da Ucrânia para vários países da Europa".
"Num primeiro momento teremos de apoiar a Cáritas Ucrânia, que já estava a preparar-se para ter espaços em que as pessoas possam ficar numa situação de urgência, com os mínimos básicos de alimentação, higiene, etc, e depois, à medida que for havendo um movimento para os países limítrofes da Ucrânia, apoiar as Cáritas locais, da Polónia, Moldávia, e assim por diante", explicou Rita Valadas.
A campanha é apresentada publicamente na quarta-feira, dia 02 de março, na sede da Conferência Episcopal Portuguesa, "num momento de oração pela paz na Ucrânia", tendo em conta o apelo que o papa Francisco fez para que, nesse dia, todas as pessoas rezassem pela paz.
A responsável lembrou que a Cáritas Portugal avançou com o envio de fundos próprios -- a instituição anunciou a doação de 20 mil euros à congénere ucraniana, através do Fundo de Emergências Internacionais no dia em que começou o conflito -- mas percebeu-se que "não chega".
"Temos de ajudar estas pessoas na total ausência de recursos e de caminho", defendeu a responsável.
Ria Valadas deixou claro que "esta é uma campanha de donativos em dinheiro" porque atualmente ainda não se sabe como e se é possível fazer chegar à Ucrânia bens materiais e quem tem condições para os distribuir.
Adiantou que a Cáritas Portugal tem estado em contacto com a Cáritas Ucrânia e a Cáritas Polónia, que não estão a pedir apoio em géneros "porque não sabem qual é o seu amanhã".
"O que mais serve neste momento é a capacidade de ir recebendo apoio financeiro para as necessidades que a cada momento vão tendo e é isso que nós vamos fazer, abrir uma campanha de donativos financeiros para podermos corresponder, em situação de urgência, a cada momento da necessidade que estas pessoas têm", explicou.
Acrescentou que através do dinheiro é possível comprar o que for preciso ou dar o apoio necessário "mais perto" em vez de "ir daqui até lá", ressalvando que, neste momento, as Cáritas na Polónia e na Ucrânia têm "necessidades completamente básicas", tanto para albergar, como para manter com o mínimo de subsistência.
Segundo Rita Valadas, existe uma "rede Cáritas que apoia a Cáritas Ucrânia, mas que não tem recursos sozinha para o fazer", sublinhando que esta campanha servirá para "apoiar toda a rede Cáritas em todo o percurso pelo caminho e, naturalmente, as famílias que cá chegarem".
A campanha tem o mote de "Proteger e Salvar Vidas" e, tal como apontou Rita Valadas, o objetivo é mesmo esse, ou seja, "proteger as pessoas no caminho e salvar as vidas que estão neste momento em grande risco", suportando as despesas que cada uma das Cáritas tenha para receber refugiados ucranianos.
Ria Valadas adiantou que a campanha decorre entre 07 e 30 de março, mas irá sendo avaliada, à medida da evolução dos acontecimentos e que irão dando conta do dinheiro que for sendo angariado.
Na página da internet da Cáritas estão disponíveis todos os meios à disposição para quem quiser ajudar, seja através da rede Multibancos (Entidade 22 222, referência 222 222 222) ou diretamente através do site da Cáritas, onde está disponível o IBAN da conta que irá servir para esta campanha.
A responsável disse ainda que a Cáritas Portugal também irá desenvolver trabalho no apoio aos refugiados ucranianos que cheguem ao país, seja através de ajuda junto das famílias que os recebam, como trabalhando na preparação do acolhimento de emergência com a Plataforma de Apoio aos Refugiados, enquanto as várias Cáritas diocesanas estão a analisar a capacidade de receber em emergência e em inserção.
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