O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, receberá, na noite desta segunda-feira, no Aeroporto Humberto Delgado, os cidadãos nacionais e ucranianos obrigados a sair do país nos últimos dias devido à invasão russa, sob organização das autoridades portuguesas.
Em breves declarações à comunicação social, num espaço no interior do aeroporto, Santos Silva assinalou a "conclusão da primeira operação de repatriamento de cidadão" que, frisou, "termina bem".
Com o fecho do espaço aéreo, a primeira parte da viagem teve de ser feita por terra, referiu, acrescentando que os grupos atravessaram a fronteira da Ucrânia com Moldávia e depois dirigiram-se à Roménia, de onde foi organizada a ligação aérea.
"Algumas destas pessoas ficaram na Roménia, enquanto não há possibilidades de voltar a Kiev", disse o responsável, referindo-se também ao embaixador de Portugal na Ucrânia e aos restantes funcionários da embaixada de Kiev. Outras pessoas terão feito viagem pelos próprios meios.
Neste voo, portanto, "chegam 38 pessoas, cidadãos portugueses ou luso-ucranianos e respetivos familiares". A bordo há uma mulher grávida já no fim do tempo o que, segundo Santos Silva, motivou o apoio de uma equipa no INEM durante a viagem.
O voo, operado pela TAP, é esperado em Lisboa pelas 23h10. No local, as pessoas terão apoio “do SEF, do alto comissariado para as migrações e da Segurança Social”. Para efeitos práticos, refere, a embaixada portuguesa em Kiev está aberta, onde se mantêm três funcionários, de nacionalidade ucraniana.
Estudantes portugueses já passaram a fronteira
Os dois estudantes portugueses que nestes dias enfrentaram dificuldades em passar a fronteira da Ucrânia para a Polónia já o fizeram, informa Santos Silva. Contudo, ainda há ainda cerca de 40 portugueses na Ucrânia "que ainda não decidiram sair", e com quem a embaixada mantém contacto. Por outro lado, cerca de 75 portugueses já decidiram sair do país ucraniano desde que a invasão da Rússia teve início.
O ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu ainda esta noite que "não há limite" para o número de refugiados a receber em Portugal. "Estamos muito habituados à comunidade ucraniana, que constitui o primeiro fator de boa integração destas pessoas", disse, recordando que são cerca de 28.600 os ucranianos a viver em Portugal neste momento.
Em reação ao pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia, que Volodymyr Zelensky quer que seja aprovado imediatamente, Santos Silva diz concordar com Borrell - Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros - que afirmou que esse processo duraria, pelo menos, dois anos. "O que é importante é o agora", reiterou.
[Notícia atualizada às 23h09]
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