'Caranava humanitária' parte de Évora para buscar refugiados ucranianos
Uma 'caravana humanitária' vai partir de Évora, na quarta-feira, rumo à fronteira da Polónia com a Ucrânia para transportar para Portugal familiares de ucranianos que vivem no Alentejo e refugiados, revelou hoje uma responsável pela iniciativa.
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País Guerra
Em declarações à agência Lusa, Liana Shvachiy, uma jovem luso-ucraniana a viver em Portugal e que será motorista de uma das viaturas, indicou que esta 'caravana humanitária' será constituída por "quatro ou cinco carrinhas".
Está confirmada a participação na viagem de "quatro carrinhas de nove lugares e estamos a ver se é possível" levar também uma outra "de sete lugares e com mais capacidade de carga", adiantou a responsável.
Liana Shvachiy revelou também que um camião com quatro toneladas de bens essenciais recolhidos no Alentejo para os refugiados e militares ucranianos partiu, no domingo à noite, de Évora para a Polónia.
Este "primeiro camião" seguiu "com quatro toneladas", mas "o material que foi angariado" dá para carregar "mais três", acrescentou a luso-ucraniana, que também esteve envolvida na campanha de recolha de bens na região alentejana.
"Os donativos chegaram de todo o Alentejo, desde Beja a Portalegre, e até de Espanha", nomeadamente de uma localidade espanhola situada perto da fronteira com Portugal, congratulou-se.
Segundo a responsável, que tem família na zona oeste da Ucrânia, este camião, cujo serviço de transporte foi oferecido por particulares, partiu para a Polónia com "roupa quente, produtos de higiene e para bebé e alimentação".
Outras duas carrinhas "só com medicamentos" seguiram igualmente de Évora para Lisboa, referiu, precisando que estes fármacos vão ser transportados, primeiro, de avião também para a Polónia e, depois, para a Ucrânia, por via terrestre.
Liana Shvachiy, que vive em Portugal desde os 10 anos, realçou que vai ser estabelecida "uma colaboração" com uma empresa de Évora para que sejam transportados em camiões para a Polónia os restantes mantimentos angariados no Alentejo.
Para já, sublinhou a responsável da iniciativa, a campanha de recolha de bens para refugiados e militares ucranianos no Alentejo foi suspensa para permitir a reorganização logística dos bens armazenados.
Os bens angariados em próximas campanhas de recolhas no Alentejo "não serão para serem enviados para a Ucrânia, mas para serem distribuídos pelas pessoas refugiadas que vierem para cá", realçou.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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