No antigo picadeiro real, depois adaptado a Museu dos Coches, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, o chefe de Estado ouviu testemunhos de quatro mulheres que fazem parte do projeto "Queijeiras", promovido pela Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha (ADIRAM).
"Esta é a melhor maneira de homenagear as mulheres portugueses, mulheres trabalhadoras dos Portugais mais pobres ou, não sendo mais pobres, mais esquecidos, que agem em conjunto, que formam uma unidade entre mulheres e fazem a ponte entre o passado e o futuro", considerou.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que este encontro também era "uma forma de homenagear uma mulher que faz 19 anos que faleceu e que nunca perdeu a ligação às suas raízes", referindo-se à sua mãe, Maria das Neves Fernandes Duarte, natural da Covilhã, assistente social.
"Apesar de órfã de pai e mãe, o que a levou a ficar internada em Lisboa num colégio militar, o pai era militar, nunca perdeu essa ligação", acrescentou.
Na sua intervenção, o Presidente da República voltou a assinalar que "nas últimas eleições autárquicas diminuiu o número de presidentes de câmara mulheres", e observou: "Vá lá perceber-se o destino, o destino leva a que haja menos mulheres presidentes de câmara".
"Não quer dizer que haja menos mulheres autarcas, não há, mas menos no topo das câmaras, mas infelizmente menos também no topo das empresas, mas infelizmente também com a pandemia mais prejudicadas as mulheres do que os homens em termos de rendimentos, de salários, de emprego", prosseguiu, concluindo que "ainda há muito por fazer" pela igualdade.
Sobre o projeto "Queijeiras", o chefe de Estado saudou a ideia de fazer um livro sobre as suas histórias e tradições, intitulado "As Guardiãs da Montanha", e de se criar uma capa cujas vendas revertem para formação em "novas competências de liderança e gestão".
Leia Também: "Mulheres guerreiras". Ucranianas enviam mensagem ao inimigo