"O que encontramos hoje na Ucrânia é o contrário daquilo que celebramos hoje em Igreja", afirmou na homilia o bispo da diocese de Leiria-Fátima, citado na página do Santuário de Fátima na Internet.
Segundo o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), hoje é possível ver "aqueles que se afirmam como libertadores apresentarem-se nas cidades, não para colher o aplauso da gente humilde, mas para destruir as cidades, para destruir os meios de vida, para causar o medo e a submissão, porque eles não vivem para essa gente que dizem querer libertar, vivem para submeter as pessoas ao seu serviço".
Jesus "vem e chora hoje pela Ucrânia, chora hoje connosco por aqueles que partiram na pandemia [...], vem pelas vítimas da injustiça, da violência e da guerra obedecendo à vontade e à coerência do projeto de Deus, que é tratar dos mais pequenos, dos mais humildes, dos que sofrem e sendo vítimas perdem a esperança", disse José Ornelas, acrescentando que "Jesus não vem destruir cidades, mas ajudar a construir, não vem destruir o coração de mães que fogem com os filhos, mas vem consolar uma nova humanidade, onde as crianças possam ter esperança no futuro e a alegria de poderem crescer com o carinho dos que os rodeia, Ele vem para dar vida e não para a destruir".
A missa de hoje contou com a presença de muitos fiéis no Santuário, depois de dois anos de grandes limitações impostas pela pandemia da covid-19.
No final da homilia, o bispo de Leiria-Fátima deixou uma prece: "Como Maria acolhemos as vítimas da guerra e de todas as guerras, confiantes de que enquanto construímos uma cidade humana na justiça e na paz, esperamos algo mais que não é só da nossa construção. Algo que só o poder e o amor de Deus pode dar".
A Igreja Católica inicia com o Domingo de Ramos a Semana Santa, momento central do ano litúrgico que recorda os dias da prisão, julgamento e execução de Jesus, culminando com a Páscoa, celebração da ressurreição de Cristo.
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