Marcelo Rebelo de Sousa falou hoje à margem do evento dos 173 anos da Associação Empresarial de Portugal, em Leça da Palmeira, e recusou-se a comentar o facto de o PCP defender hoje que as declarações do presidente da associação Refugiados Ucranianos contra o partido são "reveladoras da natureza antidemocrática" do Governo da Ucrânia e exige um "posicionamento inequívoco dos órgãos de soberania" portugueses.
"Portugal é um país livre", disse Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado sobre tais declarações.
"Nunca comento posicionamentos, debates partidários, debates entre instituições, partidos políticos... São legítimos, fazem parte da vida democrática. Podemos concordar muito ou pouco mas há lugar para todas as opiniões", disse, referindo que não lhe compete entrar nesses debates.
Recorde-se que no sábado, o presidente da associação Refugiados Ucranianos, Maksym Tarkivskyy, disse à agência Lusa não perceber "como é que Portugal, um país democrático, continua a ter um partido como o PCP": "É um partido que está, basicamente, neste momento, a apoiar a guerra".
Em comunicado divulgado hoje, o PCP defendeu que as declarações "de ódio fascizante" contra o partido têm um "nítido e intolerável caráter censório e persecutório que visa todos os democratas e que exige um posicionamento inequívoco dos órgãos de soberania"
Em declarações aos jornalistas no mesmo evento, o Presidente da República disse ainda que Portugal pode estar numa situação favorável em termos geopolíticos, apontando que para o turismo é ponto positivo a localização de Portugal ser "mais distante" do centro do conflito, referindo-se à guerra na Ucrânia.
"Para quem opta em termos de turismo, faz diferença ser muito próximo do centro do conflito ou mais longe embora dentro da Europa, e isso favorece-nos" disse Marcelo, referindo-se a Portugal como uma sociedade segura para "investimento e turismo"
"Temos aqui um conjunto de condições favoráveis. Não é por acaso que há uma série de projetos de turismo muito variados que ou já estão a avançar ou estão quase. Isso tem a ver muito com a localização de Portugal. Temos vantagens e precisamos de tirar proveito delas", referiu.
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