O primeiro-ministro anunciou esta quarta-feira que vai visitar Kyiv, depois de ter aceitado o convite de Denys Shmygal, o primeiro-ministro ucraniano.
Numa conferência de imprensa após a videoconferência com Shmygal, António Costa afirmou que aceitou "naturalmente" o convite e "ficou apontada uma data que oportunamente irá ser divulgada, para a concretização dessa visita, e na qual será assinado o acordo do apoio financeiro de Portugal no programa do Fundo Monetário Internacional de apoio à Ucrânia".
Aos jornalistas, o primeiro-ministro disse que teve a oportunidade de "reafirmar toda a solidariedade de Portugal com a Ucrânia e o povo ucraniano" recordou que Portugal foi "dos primeiros países a ter uma condenação clara e inequívoca da guerra ilegal, ilegítima e brutal que a Rússia tem vindo a prosseguir em solo ucraniano, e a exigir, não só o cessar-fogo, mas o restabelecimento da paz, o apuramento da responsabilidade da Rússia em crimes de guerra e na necessidade de ter uma resposta muito clara da comunidade internacional contra esta guerra, que a todos nos tem impressionado pela forma violenta e bárbara como tem sido prosseguida".
António Costa também mencionou a questão do embargo ao petróleo russo pela União Europeia (UE), que tem causado debate dentro da comunidade europeia, especialmente na Hungria e Eslováquia, devido à dependência destas países na energia russa.
O primeiro-ministro português admitiu que Portugal tem "felizmente uma situação energética que nos deixa particularmente à vontade na aplicação de sanções à Rússia", mas também considerou que "infelizmente, esta não é a situação que se vive em todos os países da UE".
Sobre a União Europeia e o pedido de adesão da Ucrânia, António Costa vincou por mais do que uma vez que o processo é "extremamente moroso e incerto" - dando o exemplo de Portugal, que demorou nove anos a aderir, e de alguns países dos Balcãs que estão há mais de dez anos como países candidatos.
Mas o chefe do Governo preferiu "regozijar" com a "opção europeia da Ucrânia" e salientar os processos imediatos que podem ajudar a Ucrânia. "O que temos insistido é que, independentemente desse processo, que é sempre longo, é que a UE não pode perder tempo relativamente àquilo que é urgente, que é responder à urgência da situação que se está a viver", disse, especificando o reforço das "condições de apoio imediato à Ucrânia, para satisfazer as suas necessidades financeiras militares e humanitárias".
Um dos apoios imediatos mencionados por Costa prende-se com a "necessidade da UE" em "assumir conjuntamente um compromisso claro, inequívoco e brutal" para apoiar a difícil e custosa reconstrução da Ucrânia no pós-guerra.
Numa altura em que alguns países anunciaram a reabertura das suas embaixadas em Kyiv, incluindo Portugal, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho, o primeiro-ministro elogiou o trabalho dos funcionários e embaixadores portugueses durante a guerra, e disse que "a embaixada nunca esteve completamente fechada".
"Mantiveram-se em funções a assegurar o funcionamento da embaixada nas condições possíveis. O Governo vai propor ao Presidente da República a condecoração por atuação de excecional bravura e coragem de um dos funcionários que se destacou muito especialmente no apoio ao resgate de cidadãos portugueses ou ucranianos com relações com Portugal", disse.
Reuni hoje, por videoconferência, com o PM ucraniano, @Denys_Shmyhal. Haverá um reforço dos apoios humanitário, militar e financeiro nas próximas semanas, para corresponder às necessidades da Ucrânia. pic.twitter.com/X5NkNjnNXk
— António Costa (@antoniocostapm) May 4, 2022
[Notícia atualizada às 14h18]
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