A pandemia de Covid-19 “mantém uma incidência muito elevada, com transmissibilidade crescente”, segundo o relatório ‘Monitorização da Situação Epidemiológica da Covid-19’, divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Contudo, destaca o documento, o “impacto nos internamentos e na mortalidade geral é reduzido”.
O número de novos casos regista uma “tendência estável a nível nacional”. Atualmente a incidência de novos casos situa-se nos 740 por 100 mil habitantes nos últimos sete dias. Nas regiões Norte e dos Açores, regista-se uma “tendência crescente”, enquanto na Madeira a tendência é "decrescente" e nas restantes “estável”.
Já rácio de transmissibilidade – R(t) – apresenta valor igual ou superior a 1. A nível nacional este valor é de 1,03 e nas regiões Norte, Centro e Açores é de 1,09, 1,06, 1,04, respetivamente, “o que indica uma tendência crescente nestas regiões”.
Segundo o documento, Portugal registou 24,1 óbitos por Covid-19 em 14 dias por um milhão de habitantes, apresentando “uma tendência decrescente”. “A mortalidade por todas as causas encontra-se dentro dos valores esperados para a época do ano, o que indica reduzido impacto da pandemia na mortalidade”, destaca.
No que diz respeito ao número de pessoas internadas com Covid-19 em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), o relatório indica que se registou no continente “uma tendência crescente, correspondendo a 23,5% (na semana anterior foi de 19,2%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”.
“A razão entre o número de pessoas internadas e infetadas foi de 0,18 com tendência estável. Este valor é inferior aos observados em ondas anteriores, indicando uma menor gravidade da infeção do que a observada anteriormente”, sublinha ainda.
A linhagem BA.2 da variante Ómicron apresenta agora uma “tendência decrescente” com uma “frequência relativa estimada de 73,8%”, segundo dados apurados até dia 2 de maio. Em contrapartida, “os indicadores disponíveis sugerem um aumento relevante de circulação da linhagem BA.5 da variante Omicron e potencialmente de uma nova sublinhagem da BA.2 (agora designada como BA.2.35)”. Estas linhagens, alerta o documento, “apresentam mutações adicionais com impacto na entrada do vírus nas células humanas e/ou na sua capacidade de evadir a resposta imunitária”.
Em suma, a pandemia de Covid-19 “mantém uma incidência muito elevada, com transmissibilidade crescente dado o aumento observado no valor do R(t) nos últimos dias”. Contudo, “o impacto nos internamentos e na mortalidade geral é reduzido”.
O aumento de circulação das variantes BA.5 e BA.2.35 “poderá levar ao aumento da procura de cuidados de saúde e da mortalidade, em especial nos grupos mais vulneráveis”, razão pela qual “deve ser mantida a vigilância da situação epidemiológica da Covid-19” e se recomenda “a manutenção das medidas de proteção individual nos grupos de maior risco e a vacinação de reforço”.
[Notícia atualizada às 19h24]
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