Em comunicado, o SIEE refere que em 2021 foram admitidos 20 novos inspetores por um período experimental, todos docentes dos quadros com pelo menos 17 anos de serviço efetivo e detentores de vínculo de emprego público por tempo indeterminado.
De acordo com o sindicato, estes inspetores auferem, na carreira de docente, remunerações correspondentes à sua antiguidade.
"Tragicamente, a esmagadora maioria regressará à carreira docente, antes da aceitação da nomeação definitiva, se nada mudar nas condições em que trabalham, nomeadamente a perda salarial mensal média de Euro463,29, agravada pelo sistema de avaliação e progressão na carreira inspetiva, mais desfavorável do que na carreira de origem", refere o sindicato.
Na opinião do SIEE, é urgente impedir a saída dos inspetores, sublinhando que a situação coloca em causa a sobrevivência da própria Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC).
"Não lhes querem pagar, enquanto inspetores, as remunerações que auferem enquanto docentes, embora isso até representasse uma poupança superior a 50.000 euros por ano no orçamento de Estado para a Educação, uma vez que seriam substituídos nas escolas por docentes com muito menos tempo de serviço", explica o SIEE.
Para o sindicato, a IGEC está a "ficar vertiginosamente sem meios" para cumprir a sua missão.
"Teria sido em vão todo o esforço desenvolvido pelos inspetores que, enquanto formadores e orientadores, acompanharam estes novos colegas, inspetores que se empenharam em transmitir o conhecimento adquirido na IGEC, com o objetivo de proporcionar uma formação de excelência", é sublinhado na nota.
O SIEE considera que "todo o dinheiro investido na formação [dos inspetores] teria sido desperdiçado, em prejuízo do erário público".
"A valorização dos recursos humanos é um dos pilares fundamentais do desenvolvimento e bom funcionamento das organizações", salienta ainda o SIEE.
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