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Da fuga à detenção e à morte. Tudo o que se sabe sobre o caso Rendeiro

Últimos contornos do caso apontam para o fim do vínculo com a advogada devido à falta de meios financeiros. Antes desse desenlace, o ex-banqueiro foi encontrado morto. "Ele não me permitiu deixar de ser sua advogada", terá dito June Marks sobre este desfecho.

Da fuga à detenção e à morte. Tudo o que se sabe sobre o caso Rendeiro

Foi há cerca de um mês que a advogada June Marks tomou a decisão de deixar de representar João Rendeiro no julgamento do processo de extradição para Portugal. Contudo, esta sexta-feira, o antigo presidente do BPP foi encontrado morto na cela que partilhava com mais cerca de 50 reclusos na prisão de Westville, na África do Sul.

Só hoje se tornou pública a intenção do fim do vínculo entre a defesa e o antigo banqueiro. Mas o que nos trouxe até aqui? 

Depois de quase três meses de fuga à justiça e muita especulação sobre o seu paradeiro, o banqueiro foi detido a 11 de dezembro, na cidade de Durban. Dois dias depois, era transferido para a prisão de Westville.

Justificando com alegadas ameaças de morte por parte de outros reclusos, falta de condições e problemas de saúde, June Marks chegou a pedir a transferência de Rendeiro para outra prisão, mas o juiz desvalorizou os pedidos da defesa e manteve o ex-banqueiro no mesmo estabelecimento prisional.

Antes disso, houve ainda um pedido de libertação sobre fiança, o processo sofreu diversos adiamentos, faltou energia numa das sessões no tribunal de Verulam, e o pedido de extradição até teve de ser devolvido a Portugal devido a uma quebra de selo. Só no próximo mês de junho o processo iria a ser analisado.

O que levaria hoje Rendeiro a Tribunal?

Com sessão inicialmente agendada para a próxima semana, para preparar o julgamento do processo de extradição, soube-se afinal que o ex-banqueiro seria hoje presente a tribunal.

Em causa, a decisão da advogada de deixar de representar Rendeiro no julgamento do processo de extradição devido à falta de dinheiro do acusado.

À Lusa, June Marks explicou que tomou "há um mês" a decisão de deixar a defesa de João Rendeiro devido a razões financeiras: "Não tinha fundos e o Estado deveria nomear um advogado oficioso para assistência jurídica. Insistiu para eu continuar, mas não tinha fundos para pagar".

A justificação terá sido a falta de meios financeiros com o arresto dos bens devido aos processos judiciais.

Morto na prisão

Antes de essa sessão chegar a acontecer, João Rendeiro foi encontrado enforcado na prisão onde estava detido, em circunstâncias ainda por apurar.

O ex-banqueiro, de 69 anos, partilhava o espaço com cerca de 50 reclusos.

O corpo foi transportado hoje para uma morgue fora da cadeia, em Durban, onde será submetido a uma autópsia para se averiguar as causas da sua morte.

O que se segue?

Agora, apesar do pedido prévio para pôr fim à ligação, será a advogada a identificar o corpo do ex-presidente do BPP. June Marks vai identificar o corpo e iniciar os procedimentos da trasladação para Portugal.

Ao Expresso, a defesa diz mesmo que esta foi a forma do ex-banqueiro não a permitir deixar de ser sua advogada. "Ele não me permitiu deixar de ser sua advogada", indicou.

A rede diplomática e consular de Portugal na África do Sul também já afirmou estar em contacto com as autoridades sul-africanas para obter mais informações sobre a morte na prisão do antigo banqueiro.

Leia Também: Rendeiro. Recorde todos os casos que envolviam o ex-banqueiro

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