"Estas ideias vão ser trabalhadas com os serviços da câmara e essas pessoas vão participar nestas reuniões. Aqui as pessoas estão mesmo a trabalhar connosco", adiantou à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, no final da primeira edição do Conselho de Cidadãos (CCL).
Esta nova iniciativa de participação cívica foi um dos compromissos do programa eleitoral da coligação "Novos Tempos" nas autárquicas de setembro de 2021, constituindo-se como um espaço de debate e de sessões de trabalho, onde um grupo de lisboetas, escolhidos de forma aleatória para representar a diversidade da população, apresenta projetos para a cidade.
Esta primeira edição do CCL dedicada às alterações climáticas contou com a participação de 50 cidadãos sorteados de um universo de 2.300 candidatos que se inscreveram na iniciativa, e que foram, nos últimos dois dias, divididos por grupos de trabalho para a elaboração, votação e apresentação das suas propostas.
"Agora, esta equipa de 50 pessoas vai escolher um grupo entre cinco e sete representantes que vai trabalhar nas equipas da câmara para tornar as ideias exequíveis, porque senão ficávamos a meio da ponte", explicou Carlos Moedas.
Este modelo de participação cívica "é muito interessante para a cidade", salientou ainda o autarca, ao alegar que "foi a primeira vez que as pessoas tiveram a capacidade de propor ideias que fossem verdadeiramente ouvidas".
Relativamente aos projetos apresentados, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa apontou os exemplos do alargamento da gratuitidade dos transportes públicos na cidade, uma proposta que considerou "muito interessante", e do reforço das carreiras de bairro.
Outro dos projetos que saiu do primeiro CCL está relacionado com a literacia das alterações climáticas, envolvendo, através das dinâmicas de jogo, os alunos das escolas do primeiro ciclo e o desenvolvimento de aplicações para telemóvel, referiu Carlos Moedas.
Além disso, este grupo de 50 cidadãos propôs à câmara municipal, entre outras ideias, projetos relacionados com as áreas verdes na cidade e com a atribuição do património devoluto da autarquia.
"O Conselho de Cidadãos é a minha primeira medida concreta sobre como fazer política de forma diferente. Não é o político que está a dizer às pessoas o que fazer, mas que está a criar e a construir as medidas com as pessoas", sublinhou Carlos Moedas, que defendeu que este modelo deveria também ser implementado a nível nacional.
Relativamente às próximas edições do CCL, o presidente da câmara avançou que poderão incidir em áreas como a digitalização e grandes projetos para Lisboa, salientando que "têm de ser temas que mobilizem" a população.
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