Metadados? Costa "estranha" despreocupação com divulgação de escutas
O primeiro-ministro afirmou hoje ter dificuldade em compreender a elevada preocupação com o acesso pelas forças policiais a metadados e a despreocupação geral com a divulgação do conteúdo de escutas telefónicas em órgãos de comunicação social.
© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images
País metadados
"Às vezes estranho que haja menores restrições à obtenção do conteúdo concreto das escutas telefónicas -- até lemos na comunicação social a transcrição de escutas telefónicas, com o conteúdo da conversa -- e depois que se atue com tantas restrições quando se fala de metadados", declarou António Costa no final de uma reunião do Conselho de Segurança de Segurança Interna (CSSI).
Num tom irónico, o líder executivo avançou com uma possível explicação para essa aparente contradição entre a atenção dada aos metadados em comparação com a realização de escutas telefónicas no plano do debate em torno da proteção de direitos, liberdades e garantias.
"Deve ser porque a palavra [metadados] mete muito medo. Os metadados não identificam sequer o conteúdo da conversa. Identificam quem falou com quem, de onde e para onde falou com quem, mas não é o conteúdo concreto", referiu.
Quando se fala em metadados, segundo o líder do executivo, verifica-se uma elevada preocupação com a proteção dos direitos, liberdades e garantias.
"Mas quando são expostos nos jornais ou passam nas televisões os conteúdos em concreto de escutas telefónicas, então toda a gente acha normal. A mim faz-me muita impressão esta desgraduação de sermos tão preocupados em proteger aquilo que aparentemente é menos intrusivo e tão pouco preocupado em proteger aquilo que é muito mais intrusivo", acrescentou.
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